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A Associação Brasileira do Alumínio (Abal) acompanha com atenção os desdobramentos da crise hídrica e a possibilidade de racionamento de energia que se coloca no Brasil. A entidade representa importantes empresas eletrointensivas que investem em autogeração e apoia o programa de Redução Voluntária de Demanda de Energia Elétrica (RVD), proposto pelo Ministério de Minas e Energia (MME).

Segundo a Abal, as medidas são necessárias para assegurar a manutenção da segurança energética no país. Na semana passada, a entidade reforçou a necessidade de implementação de medidas de estímulo e compensação à redução de consumo voluntário, que “deve ser acompanhada de uma regulação setorial que leve em conta os incentivos econômicos que garantam equilíbrio e competitividade”.

A presidente-executiva da Abal, Janaina Donas, assumiu recentemente a associação e tem entre as missões posicionar o alumínio brasileiro como parte da solução para um mundo que caminha cada vez mais na direção da sustentabilidade. Entretanto, ela assume que a oferta de energia é tema de atenção no segmento por se tratar de um insumo vital para a indústria.

“Na parte da operação, interrupções de energia por mais de três horas podem comprometer o correto funcionamento de um forno, por exemplo, ocasionando manutenção e, consequentemente, a paralisação da produção. A título comparativo, em um desligamento planejado, pode-se levar até uma semana para ajustes e resfriamento de um forno. No caminho inverso, a operação para religar um forno pode consumir um mês, ou mais. E o custo da operação pode inviabilizar o negócio”.

Energia cara
Outro ponto que vem atrapalhando a competitividade do setor é o custo da energia no Brasil. Segundo Donas, o custo médio da energia elétrica para a indústria do alumínio no país teve uma escalada de 220%, entre 2001 e 2019, em  dólares por MWh. “O Brasil tem a energia elétrica para fins industriais mais cara entre todos os grandes produtores de alumínio no mundo, o que vem paulatinamente comprometendo a competitividade do setor”.

A executiva conta que ao longo dos últimos anos, as associadas participaram de leilões de concessões de energia elétrica nas regiões Norte, Sul, Sudeste e Centro-Oeste, que resultaram no aumento da participação de geração própria.

Tais investimentos foram importantes para o abastecimento do setor e para o incremento da oferta de energia existente no país atualmente. Também foram feitos investimentos na diversificação da matriz energética, com a utilização de fontes renováveis como eólica, fotovoltaica e biomassa.

“Hoje, do total de alumínio consumido no país, 56% vêm de reciclagem, quando a média mundial é de 25%. O alumínio reciclado, ou secundário, consome 5% da energia necessária à produção do alumínio primário”, diz.