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A Rayons Energy foi lançada ao mercado para focar em dois nichos de negócio em crescimento no Brasil, a geração distribuída solar e mineração de criptomoedas. A empresa prevê angariar R$ 6 milhões com investidores nos próximos três meses para implementação de uma usina de 1 MW em Brasília (DF), com a meta de atender à alta demanda energética da atividade de mineração para depois partir para distribuição de energia numa segunda etapa de expansão.
“Estamos resolvendo uma necessidade tanto no mundo físico, com a energia solar, quanto no virtual de criptomoedas, buscando solucionar essas demandas de forma sustentável com o principal foco na geração distribuída”, disse à Agência CanalEnergia um dos sócios e o diretor executivo da empresa, Geovane Moura.
Assim como acontece em uma companhia de capital aberto, os investidores participarão dos lucros obtidos tanto com a mineração como na comercialização de energia. Essa etapa é quando o projeto avançar para uma planta de grande porte no Nordeste, com cerca de 400 MW para suprir empresas e supermercados, que por vezes pagam mais caro na conta de luz do que com o aluguel de seus estabelecimentos.
“Do lucro 60% é dividido entre investidores e 30% é reinvestido na operação, o que deve gerar muito resultado em dois ou três anos, podendo chegar a um ativo que seja capaz de abastecer uma cidade”, revela o executivo.
Empresa busca investidores para minerar criptomoedas com energia solar e depois vender energia
Para participar da operação é preciso adquirir um token específico no site da Rayons, um dispositivo eletrônico no qual é possível armazenar certificados digitais, nesse caso como se fosse uma ação em que o usuário compra a moeda que irá valorizar enquanto a companhia recebe por taxas, tendo o diferencial de estar lastreado a uma empresa física com uma equipe composta por quatro desenvolvedores reconhecidos publicamente.
“O mercado está cheio de investidores mas não existia um projeto bom para investir”, comenta Moura, referindo-se a questão de transparência e segurança nas operações de criptomoedas.
Segundo ele a mineração em si é o produto que mais consome energia por demanda demográfica. Com grande quantidade de equipamentos reunidos, a missão da empresa provar que é possível minerar essas moedas virtuais com energia limpa e renovável, prevendo uma demanda que poderá atingir o suprimento de 14 mil máquinas com placas de vídeo com a primeira fazenda solar.
De acordo com uma pesquisa do Cambridge Bitcoin Electricity Consumption Index, a rede do bitcoin consome mais energia que países como Argentina, Noruega e Paquistão. Entretanto, um estudo recente da Galaxy Digital traz uma nova perspectiva sobre o tema, apontando que a mineração da moeda consumiria apenas metade da energia do sistema bancário atual e que o uso de eletricidade para fomentar o mercado de ouro também é superior.
Pesquisa americana compara consumo de energia elétrica do bitcoin com outros sistemas
Conforme o levantamento, os bitcoins utilizam um total de 113,89 TWh por ano, enquanto a indústria do ouro contabiliza cerca de 240,61 TWh para o mesmo período. Enquanto isso todo o sistema bancário, incluindo os data centers dos 100 maiores bancos do mundo, agências, caixas eletrônicos e redes de cartão, demandam 263,72 TWh anuais, mostrando que toda rede representa 43,18% do que consome todo o sistema bancário atual.
Sobre o assunto a diretora operacional da Rayons Energy, Tífany de Paula, comentou que o início da companhia aconteceu justamente após a divulgação maciça na mídia sobre a alta demanda energética para a atividade. E de como ela estava muito atrelada ainda ao uso de combustíveis fósseis como o carvão, inclusive com um discurso de Elon Musk dizendo que não receberia bitcoins na Tesla devido à questão ambiental.
“Pensamos em ser uma empresa de energia que aplica na mineração e outros segmentos, como no futuro para os carros elétricos”, define a diretora.
Outro ponto que a Rayons aponta como ser seu diferencial é no organograma. A empresa é composta por 75% de mulheres, algo incomum nesse mercado e que segundo Luciana Silva, diretora comercial; Gabriella Rodrigues, diretora administrativa, e Tífany de Paula, diretora operacional, pode gerar de impactos e transformação social para outras mulheres que se interessem pela área. A empresa pretende desenvolver ações de educação sobre criptomoedas voltadas ao público feminino.
“Não buscamos só usar energia limpa para nossa operação mas em aumentar a oferta para outras empresas em tempos de crise hídrica. Queremos fazer parte dessa solução também”, acrescenta Gabriella.