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A Atiaia Energia, empresa de 16 anos e que faz parte do tradicional Grupo Cornélio Brennand, de Pernambuco, entrou em uma nova fase. Desde a chegada do ex-secretário de Energia Elétrica do Ministério de Minas e Energia, Ricardo Cyrino, que assumiu a empresa no início de 2020, a organização passou por uma reestruturação em suas operações. A meta é alcançar um aumento em potência instalada de cinco vezes o que possui atualmente, e chegar a 1 GW até 2030.
Os planos da empresa ainda passam por mudanças relevantes em sua estrutura corporativa. Em entrevista à Agência CanalEnergia, o CEO indica que nesses pouco mais de 18 meses implantou uma diretoria de Comercialização e outra de Novos Negócios. E ainda, fisicamente a empresa agora está localizada em São Paulo.
A escolha pela capital paulista foi natural também pela localização do mercado como a CCEE, sede dos grandes bancos e fabricantes de insumos e equipamentos. Mas ainda assim, a empresa mantém suas raízes em Pernambuco e presença local no Centro Oeste, onde estão suas usinas. Essa reorganização chega em decorrência da busca por outras frentes de atuação. Além disso, a nova Atiaia Energia passou a contar ainda com a área Regulatória.
Em termos de negócios, conta Cyrino, a companhia está se aproximando do mercado livre. Até hoje seus projetos, Pequenas Centrais Hidrelétricas, foram viabilizadas por meio de leilões da Aneel para o mercado regulado. Agora, além de ampliar seu alcance a meta é diversificar as fontes de geração.
“O plano estratégico é calcado em dois pilares, o primeiro é a diversificação de fontes para mitigar riscos e termos mais estabilidade. O segundo é estar mais próximos do ACL. Temos bons projeto de PCHs, e agora estamos indo em direção à eólica e a solar”, diz o executivo. “Mas ainda assim continuaremos participando de leilões, inclusive deste em setembro”, assegura.
Essa atuação junto ao mercado livre, continua Cyrino, é uma escolha natural, uma vez que o setor caminha cada vez mais rumo à abertura. E ainda, as oportunidades de novos projetos estão nesse ambiente. Inclusive, a empresa deverá apresentar o primeiro projeto viabilizador nessa nova fase, na fonte solar, mas que ainda não pode revelar o cliente.
“Estamos prevendo esse primeiro projeto solar em 4 fases, a primeira é a que deveremos anunciar em breve em um complexo total de 150 MW localizado em Pernambuco”, conta. “Nosso pipeline de projetos inclui ainda um parque híbrido e continuamos prospectando oportunidades na medida que desejamos crescer, não adianta termos apenas 1 GW de projetos para termos a expansão que projetamos, precisa ser mais amplo e diversificado e em níveis de maturidade distintos”, comenta.
A ideia do planejamento da empresa é de ter uma divisão entre as fontes de geração na casa de um terço para cada uma das três. Com isso, a tendência é de maior investimento nas duas novas elencadas pelo executivo uma vez que estão começando nessa área ante os 200 MW na fonte hídrica. Contudo, ressalta ele, esse perfil dependerá das necessidades dos clientes.
Ele não descarta aquisições nesse campo também, principalmente projetos já desenvolvidos e com a conexão que tem se tornado um gargalo importante. Ainda mais depois da 14.120 que coloca prazo para o final dos subsídios do fio a fontes renováveis. “Tenho falado com diretores da Aneel e eles me disseram que há uma verdadeira avalanche de pedidos, então aí podemos ter um estoque grande de projetos e há uma janela de tempo grande até o final desses subsídios”, comenta ele.
Essa questão será importante em um futuro próximo porque a existência do desconto será crucial para a viabilização ou não de projetos. Quem tiver tem grande vantagem competitiva, aqueles projetos sem terão sua taxa de retorno bastante reduzida.