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A representante do Coletivo Nacional dos Eletricitários (CNE), Clarice Ferraz, disse que é um equívoco a proposta de abertura do mercado livre. A avaliação ocorreu durante debate na Comissão de Minas e Energia sobre a proposta de alteração do marco regulatório do setor elétrico para criar um mercado livre no País por meio do PL 414/21.

Segundo Ferraz, o desafio do setor elétrico é primeiro entregar energia limpa e com garantia de abastecimento. Esse novo desafio surge com a necessidade de uma transição energética, que é debatida no mundo inteiro. Apesar de o Brasil ser referência mundial em energias renováveis, Ferraz destaca que temos apenas 10% de energia eólica e 2% de solar.

“Isso não é nada com relação aos padrões que devemos alcançar para que o setor elétrico esteja descarbonizado. Precisamos entender como esse sistema vai funcionar para poder endereçar qual vai ser essa estrutura de mercado. Não se deve discutir isso previamente”, destacou em sua participação na audiência que ocorre nesta terça-feira, 28 de setembro.

A executiva discordou de diversos pontos colocados no debate em que se coloca a questão da liberdade de escolha dos consumidores. Para ela, é fundamental que antes o Brasil acesse os problemas estruturais do setor. Ela critica o PL 414/21, afirmando que esse mercado competitivo que está sendo defendido pelo projeto não tem se mostrado uma estrutura ótima para assegurar a transição

“O pior da CDE, não é o que a gente gasta com subsídio para as renováveis, sobretudo se a gente olha com o que a gente gasta com as térmicas. O pior da CDE é o subsídio para as fontes fósseis e com o que está explodindo com a tarifa social nesta cadeia de empobrecimento que vêm afetando o Brasil”, disse Ferraz.