Demorou cerca de 10 anos após o leilão, mas finalmente a licença ambiental para ao linhão Manaus-Boa Vista foi concedida pelo Ibama. A Alupar, por meio da subsidiária Transnorte Energia (TNE) onde detém 51% do capital, recebeu do instituto a autorização. A Licença de Instalação permite a implementação da Linha de Transmissão de 500 kV Engenheiro Lechuga-Equador-Boa Vista em circuito duplo e as subestações associadas. O projeto envolve cerca de 715 km de extensão, atravessando os estados do Amazonas e Roraima.

São nove municípios a serem passados pelo Linhão: Manaus, Rio Preto da Eva e Presidente Figueiredo, no Amazonas, além de Rorainópolis, Caracaraí, São Luiz do Anauá, Mucajaí, Cantá e Boa Vista, todos em Roraima.  Além da Alupar, os 49% restantes são da Eletronorte.

Roraima é o único estado não integrado ao SIN e por isso tinha aproximadamente 50% do abastecimento feito pela Venezuela, por uma LT inaugurada em 2001 pelos então presidentes Hugo Chávez e Fernando Henrique Cardoso. Entretanto, desde março de 2019, o fornecimento foi completamente interrompido pelo país vizinho e o abastecimento passou a ser feito exclusivamente por termoelétricas.

O Linhão Manaus-Boa Vista foi licitado em 2011 e deveria estar em operação desde 2015. O projeto enfrentou problemas no licenciamento, pois passa pela Terra Indígena Waimiri-Atroari, e por questionamentos sobre o valor do contrato.

Mais cedo, durante inauguração da UTE Jaguatirica II, o presidente da República e o ministro de Minas e Energia afirmaram que as obras seriam iniciadas ainda nesta quarta-feira, 29 de setembro. Tanto que no meio da tarde, cerca de 16h houve a solenidade formalizando esse marco para o empreendimento de transmissão.