Dados da Resenha Nacional de Consumo da Empresa de Pesquisa Energética mostram que houve  aumento de 3,6% no consumo nacional de eletricidade em agosto, chegando a 40.593 GWh. O segmento comercial teve a maior alta, subindo 8,1%, sendo seguido pelo industrial, com 5,7%. O recuo ficou por conta do consumo residencial, com queda de 0,6%. O consumo acumulado em 12 meses totalizou 497.242 GWh, expansão de 5,4% comparada ao período anterior.

O consumo no mercado cativo teve queda de 0,8% no mês, enquanto no mercado livre apresentou aumento de 11,2%. o desempenho do mercado cativo foi influenciado pela migração de clientes para o ACL, além da retração na classe residencial.

Com exceção do Centro-Oeste, que recuou 0,5%, todas as regiões geográficas do Brasil aumentaram seu consumo de energia elétrica em agosto. Foram destaques o Nordeste, com alta de 8,7% e o Sul, que subiu 7,4%, seguidos por Norte, com aumento de 4,3%, e Sudeste, com variação positiva de 1,2%.

A indústria cresce na comparação interanual e tem o maior consumo para agosto desde 2014, porém se mantém no patamar de 15 TWh desde março. O efeito base baixa devido à pandemia em 2020, que vinha impulsionando as taxas desde março, cessa e a taxa de crescimento em agosto não é mais alavancada pelo efeito estatístico. Entre os estados, destaque para Alagoas, com aumento de 97,1%, alavancado pelo efeito base no setor químico. Todos os dez segmentos mais eletrointensivos da indústria aumentaram o consumo em agosto, em comparação com igual período de 2020. Destaque para fabricação de produtos químicos, com aumento de 229 GWh e metalurgia, que cresceu 223 GWh, impulsionada por alumínio primário e siderurgia no Sudeste e Norte.

Na classe comercial os 6.755 GWh consumidos ainda continuam abaixo do que foi verificado em agosto de 2019, anterior à pandemia. O setor de vendas do varejo e de serviços no país continuam em expansão. De acordo com os indicadores econômicos mais recentes do IBGE, na comparação de agosto de 2021 com 2020, o volume de vendas do varejo ampliou 5,7%, e o volume de serviços cresceu 17,8%. O destaque nas vendas do varejo foi no setor de tecidos, vestuário e calçados e outros artigos de uso pessoal e doméstico. Já o comércio varejista ampliado foi puxado por veículos. O setor de serviços tem se recuperado gradativamente com o avanço da vacinação e as medidas de flexibilização de distanciamento social. O segmento de hotéis e restaurantes tem apresentado crescimento, apesar de ainda não ter retomado ao patamar pré-pandemia da Covid-19, aponta a EPE.

A classe residencial teve leve queda na comparação a agosto de 2020. O retorno progressivo da população às atividades presenciais tem cooperado para a trajetória de retração do consumo nas residências do País. As regiões Sudeste e Centro-Oeste com 4,3%, cada uma, foram as que puxaram essa redução. Clima mais frio no estado do Rio de Janeiro, com baixa de 9,6% e o aumento das chuvas no Espírito Santo, que registrou recuo de 4,4% podem ter contribuído para o resultado da região. No Centro-Oeste, o estado do Mato Grosso do Sul foi afetado por temperaturas abaixo da média, levando a baixa de 8,6%. Já as outras regiões do País apresentaram expansão do consumo de energia da classe. O maior destaque foi a região Sul, com elevação de 4,6%, seguida do Nordeste, com mais 4,4% e do Norte em 2,9%.