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A Enel Brasil anunciou a mudança da sede da companhia para a cidade de São Paulo. O objetivo com essa alteração de endereço é o crescimento e a diversificação das operações no principal centro econômico e financeiro do Brasil. A subsidiária da companhia italiana passou a ocupar uma área de 11 mil metros quadrados em sete andares no coração da capital paulista, o local escolhido para a holding é um prédio eficiente que segundo estimativas da empresa reduz em até 40% os custos em comparação com um empreendimento convencional, além de ter certificação I-Rec, que compensa as emissões de gases de efeito estufa.

A mudança da companhia inclui a presidência do grupo no país.  O local será a casa também da empresa de serviços em energia da Enel, a Enel X, além da gestão da distribuidora Enel São Paulo, que antes ficava na cidade de Barueri (SP).

A mudança para o novo endereço vai ao encontro das metas da companhia, que nos últimos anos vem experimentando um expressivo crescimento nos diversos segmentos de energia, desde a distribuição até geração renovável, comercialização e soluções de mobilidade elétrica e cidades inteligentes. Especificamente em São Paulo, contabiliza a Enel, desde que comprou a Eletropaulo investiu mais de R$ 3 bilhões nos 24 municípios de sua área de concessão.

Operamos a maior distribuidora do Brasil, com 8 milhões de clientes e estar mais perto, no coração da cidade, nos dá uma possibilidade de relacionamento, de presenças e de interatividade muito melhor
Nicola Cotugno, da Enel Brasil

O modelo de trabalho ainda é híbrido e a ocupação do espaço será gradual, respeitando o cenário de evolução da pandemia no país. Entretanto, a Enel aguarda avançar o ciclo de vacinação na população a fim de reduzir as chances de infecção e até fevereiro de 2022 é possível que a empresa dê mais alguns passos para retomar a presença dos colaboradores.

A Agência CanalEnergia foi conhecer as novas instalações e conversou com o Country Manager da Enel no Brasil, Nicola Cotugno, que além de contar a importância estratégica da companhia em estar localizada em uma das mais importantes cidades do mundo, falou também sobre o novo espaço no Rio de Janeiro e os planos em crescer em geração renovável.

“Operamos a maior distribuidora do Brasil, com 8 milhões de clientes e estar mais perto, no coração da cidade, nos dá uma possibilidade de relacionamento, de presenças e de interatividade muito melhor. Aqui está o centro de gravidade relevante do mundo financeiro, econômico e comercial do País todo”.

Escritório no Rio de janeiro
Com as mudanças no Rio, a companhia transfere suas instalações de Niterói (RJ) para o edifício Aqwa Corporate, na Via Binário do Porto, no bairro de Santo Cristo. A chegada da Enel na área central do Rio de Janeiro reforça a retomada da ocupação do Porto Maravilha, que vive nos últimos anos, mesmo com os recentes impactos da pandemia, uma profunda transformação, responsável por fazer da região um hub de inovação e atrair empresas e instalações culturais e turísticas.

Os escritórios na capital fluminense vão receber principalmente a Enel Distribuição Rio, a comercializadora de energia Enel Trading, e a Enel Green Power, linha de negócios de geração renovável, líder em geração solar e eólica no país.

Segundo Cotugno, estar na capital do Rio de Janeiro traz vantagens para a companhia. “No Rio de Janeiro é onde a indústria elétrica está. Tem entidades importantes do setor, muitas empresas, o ONS, a Eletrobrás e Petrobrás”, lembra.

Negócios da companhia
O executivo afirma que a empresa está consolidando suas metas. Ele não descarta novas oportunidades de ampliar as áreas de concessão, todavia, Cotugno diz que o foco é investir em melhorias dos serviços de distribuição e redes melhores, principalmente em Goiás e Rio de Janeiro.

“Se tivermos a possibilidade de crescer, vamos crescer. Somos a distribuidora com mais clientes do Brasil, temos 20% dos clientes, são 50 milhões de pessoas que chegamos na casa deles. Já é um trabalho de grande relevância. Queremos dar mais valor a eles do que conquistar mais deles”.

Além da distribuição e do segmento de tecnologia e cidades inteligentes, o braço de geração da Enel deve ganhar cada vez mais força. “A gente quer ser um gerador de energia. Porém, já decidimos, há 10 anos, crescer em solar e eólica com total determinação”.

Nicola se diz satisfeito em não precisar fazer um redesenho da estratégia e atualmente conta com um portfólio de projetos com uma capacidade renovável total de 3,7 GW, dos quais 1.498 MW são eólicos, 979 MW solares e 1.269 MW hidrelétricos. “Este ano, no primeiro semestre, geramos com solar e eólica 84% a mais do que no primeiro semestre do ano passado (…) temos 1.300 MW em construção que em até 15 meses vão entrar em operação”.

Ele conta que a empresa fechou contratos para construção de planta solar para a operadora TIM e recentemente firmou um importante contrato para construir nove usinas solares para o Bradesco.

Cotugno acredita que a capital paulista seja também ideal para implantar os projetos de cidades inteligentes, por meio do braço de inovação do grupo italiano, com destaque para os primeiros 100 mil medidores digitais implantados na zona oeste de São Paulo. “Essa caixinha inteligente, que chamamos de medidor, faz muitas coisas. Ter um dispositivo digital permite ter dados”, conta.