fechados por mês
eventos do CanalEnergia
mantenha-se informado
sobre o setor de energia.
O presidente da Associação Brasileira de Recuperação Energética de Resíduos (Abren), Yuri Schmitke, disse durante o evento Energy Tech Talks, promovido pelo Lactec e realizado pelo CanalEnergia, by Informa Markets, que o Brasil tem um dos maiores potenciais do mundo para geração de energia a partir de resíduos. Apesar de ainda ser difícil mensurar o exato volume, conta que o país destina 95% do insumo sem qualquer tratamento em aterros e lixões e que a recuperação energética desse material é extensa. “Precisamos de tecnologias para dar uma nova destinação a esses resíduos nos próximos anos”, comentou.
O executivo citou o exemplo do aterro de Seropédica (RJ), que atende 9,5 milhões de habitantes, e o aterro de caieiras (SP), que atende a 13 milhões de habitantes. “São dois aterros que estão em área de preservação ambiental e o Supremo proibiu a ampliação e a construção de aterros nessas áreas. Precisamos que esses lugares sejam destinados à recuperação ambiental”, defendeu.
O mercado de waste to energy no Brasil ainda é muito incipiente, mas recentemente, o Leilão A-5 de energia nova contratou a primeira usina de resíduos para geração de energia. O foco da entidade é a produção de hidrogênio a partir da gaseificação de biomassa e de plástico.
Os principais energéticos que podem ser obtidos através do aproveitamento dos RSU são: o biogás, de aterro e conhecido como gás de lixo ou de digestão anaeróbica, e que ainda pode sofrer um processo de purificação para ser utilizado como substituto (ou complemento) ao gás natural, que é chamado de biometano ou gás natural renovável.
Segundo o Programa Nacional do Hidrogênio (PNH), o mercado mundial de hidrogênio é bastante relevante, “sendo estimado entre US$ 110 a US$ 136 bilhões em 2019, majoritariamente para uso não energético, em aplicações que incluem a produção de intermediários para fertilizantes, indústria alimentícia e produção de derivados de petróleo, entre outros”.
O CEO da Lactec, Luiz Fernando Vianna, cita o documento e aponta que as perspectivas são ainda mais animadoras. “A expectativa de crescimento nos próximos anos pode atingir valores de até US$ 200 bilhões, segundo projeções de empresas internacionais de pesquisa. O dado leva em conta o movimento dos países para atingir as metas de redução das emissões de carbono, tema que estará em discussão na cúpula da ONU sobre mudanças climáticas”.