A Vibra Energia fechou acordo para aquisição de até 50% da Comerc. O negócio foi revelado na sexta-feira, 8 de outubro, dois dias após outra comercializadora adquirida, a Targus ser renomeada como Vibra Comercializadora. O lance surpreendeu o mercado uma vez que a Comerc havia apresentado o prospecto para a sua oferta de ações e ser listada como uma empresa de capital aberto na B3.
Para a realização da operação, a Vibra subscreveu debêntures conversíveis em ações ordinárias de emissão da Comerc, que representam 30% do seu capital social, comprometendo-se a transferir, por meio da integralização das debêntures, o valor de R$ 2 bilhões. Há ainda a opção para a aquisição adicional de até 20% de ações ordinárias da comercializadora por um preço de R$ 1,25 bilhão.
A integralização das debêntures está sujeita à verificação de determinadas condições precedentes, dentre elas a reorganização societária da Comerc. As debêntures terão prazo de vencimento de 4 anos, sendo conversíveis em ações ordinárias até 28 de fevereiro de 2022. O exercício da opção de compra dos 20% remanescentes deverá se dar simultaneamente à conversão das debêntures e, no caso da confirmação desse exercício, Vibra passará a deter 50% das ações da Comerc.
A Comerc possui atualmente um portfólio de produtos e serviços que alcança um volume de energia comercializada de aproximadamente 2 GW médios com mais de 3,4 mil unidades consumidoras sob gestão. Com sua reorganização a companhia passa a ser detentora de parques de geração solar cuja capacidade instalada ascende a 1.839 MWp, sendo 242 MWp em operação e o restante em implantação ou em desenvolvimento.
Em comunicado a Vibra aponta que “nos próximos anos, a Comerc será uma das principais investidoras em geração solar no país, seja por meio de usinas para atendimento ao mercado livre ou para geração distribuída”. Em declaração atribuída ao presidente da Vibra, Wilson Ferreira Júnior, a empresa aponta que há “diversas oportunidades de cross-sell dos serviços prestados pela Comerc no portfólio de clientes corporativos da Vibra”.
A aquisição, destaca a Vibra, representa uma aceleração no seus planos de crescer na comercialização de energia elétrica de fontes renováveis, com foco na transição energética no Brasil. E que a entrada da Vibra em sua cadeia societária permitirá uma capacidade de investimento em parques de geração de energia solar e eólica ainda maior.
A Vibra já atende mais de 300 clientes no mercado livre de energia – incluindo comércios, postos de combustíveis e indústrias dos mais variados segmentos – e contará com um portfólio de usinas de geração distribuída, localizadas em quatro estados, que serão capazes de atender mais de 700 postos até o final de 2021. Na migração de novos clientes para ACL, somente neste ano já foram acessados mais de 200 clientes com potencial para migração, representando mais de 500 unidades consumidoras.
Esse movimento, aponta a empresa, vem da expectativa de que 20% a 30% do Ebitda até 2030 sejam originados nos segmentos de gás e energia elétrica. De acordo com o mais recente balanço da companhia, referente ao segundo trimestre de 2021, o resultado operacional ajustado da empresa no primeiro semestre somou R$ 2,2 bilhões. A maior parte desse montante tem como origem a venda de combustíveis na rede de postos BR com quase R$ 1,2 bilhão.
A conclusão da operação estará sujeita à verificação de determinadas condições precedentes, incluindo a obtenção da aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica – CADE.