O presidente do Conselho de Administração da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), Rui Altieri Silva, afirmou que a entidade está liquidando por mês aproximadamente R$ 5 bilhões, no mercado de curto prazo por causa do agravamento da crise hídrica que o Brasil passa atualmente.
A informação foi dada durante o Encontro Nacional de Agentes do Setor Elétrico (Enase) em que o executivo afirmou que a diferença entre os montantes contratados e os montantes gerados ou consumidos pelos agentes de mercado está muito alta.
Por outro lado, Altieri afirmou também que o preço de liquidação das diferenças (PLD) e o custo marginal de operação (CMO) estão baixando, o que indica a necessidade futura do setor “decidir de uma vez por todas como vai ser a formação de preços do setor elétrico”, disse.
O executivo enxerga a necessidade de formação de um mercado de capacidade no país sem depender de situações meteorológicas e do clima e defende a presença das termelétricas no setor elétrico brasileiro como forma de dar segurança ao sistema. Segundo ele, a expansão do sistema por fontes renováveis como eólica e solar vai exigir também que mais térmicas estejam presentes para dar resiliência.
“Não se deve desumanizar as térmicas, já que elas que vão fazer o papel de segurança em momentos de escassez (…) Sem a fonte térmica, 18 pontos percentuais dos níveis dos reservatórios estariam perdidos”, calcula.
Segundo o executivo, o Brasil precisa se antecipar a isso, principalmente em um contexto em que o Brasil vive da dificuldade de construção de novas hidrelétricas e reservatórios.