ONS defende manter ações de combate à crise hídrica para 2022

O Operador Nacional do Sistema Elétrico está com um viés mais otimista quanto ao período úmido que está se aproximando, segundo dados apresentados nesta quarta-feira, 13 de outubro, durante a abertura do Encontro Nacional dos Agentes do Setor Elétrico. O diretor geral do órgão, Luiz Carlos Ciocchi, disse que os climatotologistas apontam que as chuvas chegaram na hora esperada. Apesar disso, defende que as medidas de combate à escassez hídrica deverão permanecer para que tenhamos a operação em 2022 seja confortável.

Sobre 2021, o executivo relembrou dados que o ONS apresentou ao CMSE e que aponta condições mais favoráveis para o atendimento à demanda. E afirmou que esse último trimestre deverá ter o abastecimento realizado sem problemas.

“Até que se materialize a estação chuvosa e nossas análises mostram ainda que a situação é preocupante e estamos mobilizados para verificar os recursos que teremos até o início da próxima estação seca”, disse ele. “Não podemos desmobilizar os esforços feitos e a energia térmica para o sistema, por hora, a orientação é de manter a energia térmica”, afirmou ele após participar do painel de abertura da 18a edição do Enase.

Em sua análise só com o desenrolar da estação úmida é que se poderá considerar o desligamento de térmicas mais caras.

Ciocchi disse que ainda não é possível notar o efeito dos programas de redução voluntária de demanda que o governo implementou a partir de setembro. Segundo ele, houve uma perspectiva de queda de consumo neste mês, mas que está mais associada à redução da temperatura do que em decorrência da resposta de consumidores. Diferentemente, na alta tensão é possível mensurar por conta da declaração de grandes consumidores, que somaram em setembro 400 MW e em outubro outros 700 MW.

O diretor geral do ONS destacou que a ocorrência do La Niña não está descartada, mas lembrou que em termos de clima apenas as indicações de 15 dias à frente podem ser mais confiáveis. Acima de um mês, classificou como “guerra de modelos”, que podem ou não se confirmar. “O que o Cemadem nos mostrou é que a estação chuvosa já está se configurando com os rios aéreos para o Sudeste e Centro Oeste, essa é a situação que temos”, destacou.