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O diretor de Comercialização da SPIC Brasil, Carlos Longo, afirmou que alta volatilidade do Preço de Liquidação das Diferenças (PLD) vai se prolongar durante o ano de 2022 por conta da crise hídrica que afeta o Brasil atualmente, disse ele durante o evento online Brazil Energy Frontiers 2021, promovido pelo Instituto Acende Brasil.
Essa situação inclusive é tema de preocupação na Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), que mensalmente vem liquidando cerca de R$ 5 bilhões no mercado de curto prazo devido à crise hídrica. Os debatedores do evento ressaltaram a necessidade de rever o modelo de precificação do setor a fim de retratar melhor a realidade do setor.
O presidente do conselho de administração da CCEE, Rui Altieri, contou que as chuvas recentes melhoraram pontualmente as condições de geração da usina de Itaipu Binacional para 11 mil m³ por segundo, o que reduziu o custo do PLD. “Com uma semana mudou todo o senário”. Segundo Altieri, uma variação muito grande em um contexto em que existem térmicas operando com o Custo Variável Unitário (CVU) de R$ 2.500.
Alavancagem
Segundo Longo, à medida que o mercado se abra para o mercado livre, essa situação pode ficar ainda mais complexa se alguns agentes de mercado não honrarem seus compromissos. “Empresas devem operar segundo suas capacidades. Não dá para uma empresa com 1 milhão de capital operar 100 MW ou 200 MW”.
Altieri lembrou que desde 2019 vem observando situações de alerta e é preciso tratar essa situação de maneira séria. “Tem empresas que operam com um nível de alavancagem impressionante. É preciso rever isso. Temos que enfrentar essa questão”.