A repotenciação e obras de melhorias em algumas hidrelétricas existentes no Brasil novamente entra em debate como uma alternativa de baixo custo para incrementar energia nova e dar mais confiabilidade ao sistema elétrico. O tema foi tratado durante o evento online Brazil Energy Frontiers 2021, promovido pelo Instituto Acende Brasil.
Atualmente, o País tem um parque hídrico com mais de 110 gigawatts entre UHEs e PCHs muitas delas com idade superior a cinco décadas. E mesmo com o avanço da geração a partir das fontes eólica e solar, os ativos hídricos continuarão por bastante tempo a ter participação relevante na matriz elétrica brasileira, o que exigirá melhor aproveitamento e flexibilidade do parque gerador disponível.
O presidente do Conselho de Administração da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), Rui Altieri, sempre foi um defensor desta ideia. Segundo ele, “a repotenciação de hidrelétricas que podem dar uma contribuição fundamental”.
Todavia, neste novo papel que as hidrelétricas terão no sistema, o diretor de Estudos de Energia Elétrica da Empresa de Pesquisas Energéticas (EPE), Erik Rego, lembra que muitos contratos de concessão vencem nesta década e isso pode não ser atrativo para o investidor.
“Grande parte do potencial de repotenciação está como usinas de cotas. Temos esses desafios para tratar com a sociedade para deixar as hidrelétricas participarem na nova recomposição da matriz”, afirma.
Um estudo da EPE de 2019 mostrou que a no contexto de expansão da capacidade, a repotenciação traria ganhos energéticos de eficiência, otimização da geração hidrelétrica, redução do Custo Marginal de Operação (CMO) e ganho adicional de capacidade de aproximadamente 11.000 MW.