A Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica confirmou que o governo negocia uma nova operação de financiamento para o setor elétrico. A diretoria da entidade e membros do seu Conselho Diretor se reuniram na tarde desta quinta-feira, 21 de outubro, com membros da Agência Nacional de Energia Elétrica, do Ministério de Minas e Energia e da Economia para tratar das soluções que o MME vem coordenando para minimizar os impactos dos aumentos do custo da energia provocados pelas medidas de combate ao cenário de escassez hídrica.

Segundo a entidade, “estas soluções buscam atender às demandas que foram apresentadas nas últimas semanas, pela ABRADEE, no sentido de que a elevação dos custos que superam as receitas trazidas pela bandeira de escassez hídrica possa ser minimizada para os consumidores do mercado regulado (70% do mercado total)”, diz a nota.

Com isso, continua, a solução apresentada pelo MME é a da realização de uma operação de financiamento, com a participação do BNDES e um pool de bancos privados, que poderá ser concluída até o início do próximo ano. “O MME já deverá iniciar, na próxima semana, as discussões com essas instituições financeiras”.

Os valores desta operação ainda não foram fixados, e devem ser estabelecidos nos próximos dias. A medida deverá permitir que os consumidores possam pagar pela energia mais elevada em um período mais longo e, portanto, com menos impacto nos seus orçamentos.

O MME afirmou em nota que esclareceu aos presentes à reunião que tem monitorado o aumento dos custos de geração de energia, em razão das medidas excepcionais adotadas para enfrentamento da situação de escassez hídrica, bem como seu reflexo na cadeia produtiva. E ainda, que “está estudando possíveis soluções que visam atenuar o descasamento observado entre as receitas arrecadadas pelas tarifas de energia elétrica e as despesas com a geração de energia, entre elas uma operação de crédito nos moldes da conta covid”.

Em fala atribuída à secretária-executiva do MME, Marisete Pereira, o MME destacou: “Estamos avaliando diversas alternativas, mas sempre com o cuidado de manter a tarifa de energia adequada à capacidade de pagamento do consumidor brasileiro”.

A conta covid começou a ser recolhida este ano após um empréstimo de quase R$ 15 bilhões. O valor foi financiado por um pool de 16 instituições financeiras lideradas pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, sendo o Bradesco o gestor da operação. A composição dos aportes foi de 29% dos recursos oriundos de bancos públicos e de 71% de instituições privadas. O custo da operação é de CDI + 3,79%.