Faltando pouco mais de dois meses para o final do ano, a estimativa é de que a produção da UHE Itaipu (14.000 MW, Brasil/Paraguai), seja de 68 milhões de MWh. Esse volume representa um montante cerca de 40% menor do que o recorde de 2016, de pouco mais de 100 milhões de MWh. Ainda assim, esse número é considerado positivo pela empresa diante da adversidade hídrica pela qual o país passa.

“Estamos atendendo menos do que o normal, afinal a estratégia do ONS e MME é de que temos que preservar os reservatórios das UHEs que estão com reservatórios baixo no país, hoje é de 24%”, lembrou o General João Ferreira, diretor geral de Itaipu Binacional do lado brasileiro, em entrevista coletiva nesta terça-feira, 26 de outubro, em Foz do Iguaçu (PR). “No ano passado que não foi bom, a produção foi de 75 milhões de MWh”, acrescentou o diretor que lembrou que este volume, apesar de menor, só é possível de ser alcançado por Itaipu e Três Gargantas, na China.

Somente Itaipu representa cerca de 11% do consumo de energia do país. Esse ano deverá ser menor essa participação, mas Ferreira afirmou que a tendência é de que no futuro essa marca seja alcançada novamente. “Essa situação é sazonal e será retomada com rapidez assim que normalizar a crise”, destacou.

Ferreira diz que a produtividade é uma preocupação constante da usina, hoje está no mais alto nível em termos globais com 1 MW por metro cúbico de água que passa pelas turbinas. Esse resultado, comemora ele, deriva de ações de controle e de preservação das fontes de água que abastecem o reservatório da usina que está atualmente na cota de 219 metros ante um máximo de 220,5 metros. “Protegemos a água da vizinhança para que o recurso chegue ao lago de forma limpa, a qualidade da água é importante para a nossa produtividade”, relatou.

Inclusive a abertura do vertedouro no final de semana passada não teve impacto no reservatório, segundo a usina. Isso porque a água escoada visava atender a uma demanda do acordo entre três países onde o nível do rio não pode reduzir mais de 50 centímetros. Com a paralisação das turbinas por conta da tempestade que derrubou a transmissão de Furnas, a vazão ficou menor. Mas o reservatório mantém-se em cerca de 219 metros.

*O repórter viajou a convite da Itaipu Binacional