A Assembleia Legislativa de Minas Gerais aprovou a prorrogação por mais 60 dias, dos trabalhos da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar atos da gestão da Cemig. Devido ao recesso parlamentar, com início previsto em dezembro, os trabalhos se estenderá até 21 de fevereiro de 2022. O pedido foi assinado pela deputada Beatriz Cerqueira (PT) e pelos deputados Sávio Souza Cruz (MDB) e relator da CPI, Professor Cleiton (PSB) que é o presidente da Comissão e Hely Tarqüínio (PV).
Essa decisão ocorreu após a sessão de depoimento de Luis Fernando Paroli Santos, ex-presidente da Light entre 2017 e maio de 2019. De acordo com as declarações do executivo, as diretrizes do governador Romeu Zema (Novo), teria se instalado uma espécie de ‘vale-tudo’ na gestão da Cemig para diminuir o tamanho e a importância da empresa. A meta era deixar a estatal “privatizável”.
Ele citou a venda da Renova por R$ 1 e a venda da Light. No primeiro caso o ex-presidente declarou que essa não era a melhor opção, uma vez que a Renova era considerada uma empresa viável.
Já sobre a Light, empresa da qual a Cemig vendeu suas ações também foi alvo dos questionamentos, o valor do negócio foi de R$ 1,37 bilhão. Paroli lembrou que, na sua gestão, o valor por ação subiu de R$ 13 para R$ 24 e a empresa ganhou fôlego financeiro com o alongamento de dívidas que venceriam a curto prazo e, o mais importante, com resultados operacionais que permitiam o pagamento dos débitos e ao mesmo tempo investir. E ainda que a estatal mineira poderia esperar um pouco e não realizar o negócio com prejuízo.
A CPI apura se há uma estratégia em curso por parte do Executivo que busca “desidratar” a Cemig para viabilizar, junto à opinião pública, a privatização da estatal, medida que é defendida pelo governador Romeu Zema. Contudo, para isso acontecer, é preciso que a assembleia legislativa do Estado autorize essa venda, regra que consta da Constituição Estadual de Minas Gerais.
Com informações da ALMG