Pesquisa feita pela CIBiogás para a Federação de Indústria do Estado de Rondônia, como parte de estudos que vão embasar modelos de negócios sustentáveis projetados pelo Instituto Amazônia+21 revelou que Rondônia pode produzir biogás com processamento de lixo suficiente para gerar 59 GWh/ano de energia elétrica. O valor é capaz de atender cerca de 19 mil residências. Outra possibilidade é usar esse biogás para gerar 16,8 milhões de m³ de biometano. O potencial do estado para produzir biogás a partir da Fração de Resíduos Sólidos Urbanos é de 31,7 milhões de Nm³ biogás /ano.
O estudo de mercado foi apresentado no lançamento do Instituto Amazônia+21, criado para promover negócios sustentáveis na Amazônia, na sede da Fiero, em Porto Velho. A parceria com a CIBiogás envolve estudos de identificação e mensuração de novas soluções para o desenvolvimento socioeconômico da região, a partir de negócios sustentáveis. Rafael González, diretor presidente do CIBiogás, destacou que a iniciativa da Federação e do Instituto Amazônia+21 representa uma inovação em favor de uma economia verde na Amazônia e já mostra oportunidades de negócios sustentáveis na região.
Segundo ele, o potencial do biogás em Rondônia aponta possibilidades para outros estados amazônicos e é um forte exemplo de como desenvolver cadeias produtivas focadas em energias renováveis e fortalecer a economia de baixo carbono na região
Os locais com maiores potenciais de produção estão localizados nas regiões de Madeira-Mamoré e Central, que juntas acumulam mais de 56% do total de produção de Rondônia. A capital de Porto Velho, por sua vez, tem o maior potencial do estado em relação a produção de biogás a partir do acúmulo de resíduos, capaz de gerar 9,8 milhões de m³.biogás/ano. Com apenas os resíduos sólidos urbanos, ainda seria possível produzir 18 GWh/ano de energia elétrica. Um dos principais enfoques da pesquisa é contribuir para o aumento da descarbonização das atividades econômicas da região amazônica. O CIBiogás, localizado no Paraná, já responde por metas voltadas ao aproveitamento energético no Sul do Brasil e municípios de outras regiões, sempre com foco no potencial local para o aproveitamento sustentável de resíduos sólidos e orgânicos. Agora, pela parceria com a Fiero e Instituto Amazônia+21, vem contribuir para colocar em pauta o potencial do biogás nos estados da região Norte, fortalecendo as ações para uma economia de baixo carbono na Amazônia.
O estudo de Mercado de Biogás e Biometano em Rondônia, avaliou o potencial das fontes no estado a partir de cinco substratos diferentes: Resíduos Sólidos Urbanos, Bovinocultura, Laticínios, Abatedouros de Bovinos e de Pescado. Após as análises, mostrou-se que o principal potencial da região está concentrado na bovinocultura de leite e corte, acompanhada pela fração orgânica de resíduos sólidos urbanos. Porém, ainda é necessário que haja mudanças no manejo e na infraestrutura para conseguir, efetivamente, gerar biogás. Apesar do insumo ainda ser pouco conhecido na região, Rondônia têm um bom perfil para a geração de energia por biogás, com capacidade de produzir até 774,5 m³biogás.ano o volume de biogás adequado para gerar 1,45 GWh de energia elétrica por ano, o que permite abastecer aproximadamente 473 residências.