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O Bank Of America (Bofa) estima que um novo empréstimo de R$ 15 bilhões para o setor elétrico, semelhante à Conta Covid do ano passado, poderá resultar em um aumento de 4,3% nas tarifas em 2022. Esse índice acabaria sendo mais de 10 pontos porcentuais menor do que a previsão anterior do banco de investimento que previa uma elevação de 16,7% nas tarifas.
O Bofa lembra que as concessionárias geralmente são vistas como uma proteção para ambientes inflacionários, mas que no Brasil muitas vezes correm o risco de ser um driver desse índice. Isso porque 45% das receitas das distribuidoras estão ligadas a subsídios, classificados como sempre crescentes, e que hoje representam 11%, bem como custos de energia com 34%.
Para o biênio 2021 e 2022, o risco de inflação é exacerbado por diversos fatores. Na lista elaborada pelo banco o primeiro item é o despacho térmico total para enfrentar a crise hídrica com cerca de R$ 8 bilhões, seguido pela aceleração da inflação do IGPM, aumento de 24% na comparação anual, indexado ao câmbio.
Como consequência as tarifas em 2022 podem aumentar na casa de 17%. Esse item tem um peso de 4,8% no IPCA atualmente. Esse índice, continua, é uma estimativa que a própria Aneel divulgou em agosto deste ano, resultado dos custos térmicos e pela inflação dos últimos 12 meses. Contudo, R$ 13 bilhões em ajuda poderia reduzir os aumentos para uma faixa entre 5% a 10%. Parte desse valor seria originado em R$ 5 bilhões da privatização da Eletrobras, R$ 4,9 bilhões de custos mais baixos com a UHE Itaipu.
“Supondo que não haja cobrança de bandeira tarifária em abril a dezembro /22, as tarifas médias poderiam ficar entre 0% a 5% na comparação anual”, aponta o Bofa.
E na avaliação do banco, os aumentos poderiam ser reduzidos ainda mais caso o empréstimo setorial de R$ 15 bilhões em discussão seja confirmado. O índice chegaria a 4% em termos nominais. “Dependendo da hidrologia, a exclusão das bandeiras tarifárias de maio / 22 em diante pode fazer com que as tarifas de energia permaneçam praticamente estáveis no comparativo anual”, aponta.
O Bofa destaca em seu relatório que os reservatórios do Brasil estão se recuperando acima das expectativas, mas não sem um custo associado e estimado em R$ 8 bilhões, como apontado, e que ainda serão repassados às tarifas em 2022.
E continua ao apontar que embora os planos para reduzir os aumentos em 2022 até agora tenham limitado o impacto econômico para os custos das distribuidoras, afirma estar cauteloso, pois os riscos regulatórios podem aumentar na percepção de interferência política. Além disso, as expectativas de inflação podem acelerar os aumentos da taxa básica de juros, a Selic, pesando sobre as concessionárias alavancadas.
UHE
Em outro relatório o Bofa aponta que os riscos das hidrelétricas está em redução, mas que as margens das empresas continuam pressionadas. A instituição considera que os riscos de racionamento de energia diminuíram para o ano, para 3%, concordando com avaliação de consultores do setor elétrico.
Essa situação, ressalta, reflete fluxo de vazões acima das expectativas, sendo média de 83% em outubro, demanda em baixo crescimento e despacho térmico elevado, na casa de 19 GW em média. Situação que eleva os custos das empresas do segmento de geração por conta do GSF que deverá seguir pressionado.