O Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico aprovou a recomendação para permanência da flexibilização hidráulica nas usinas hidrelétricas Jupiá e Porto Primavera, para preservar os usos da água, auxiliar na recuperação dos reservatórios e garantir a segurança da operação no ano que vem. De abril a outubro de 2022, a defluência mínima de Jupiá será de 2.300 m³/s e a de Porto Primavera de 2.900 m³/s.

De acordo com o CMSE, março será o mês de transição para redução da quantidade de água liberada pelos reservatórios dos dois empreendimentos. A decisão baseada em estudos realizados pelo Operador Nacional do Sistema, pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis e por agentes concessionários, ainda terá de ser ratificada pela Câmara de Regras Excepcionais para Gestão Hidroenergética.

Na reunião mensal realizada na tarde da última quarta-feira, 3 de novembro, o CMSE também homologou ofertas adicionais de energia de empreendimentos termelétricos, com vigência iniciando esse mês e contratação limitada a valores inferiores a R$ 1.250/MWh.

Em apresentação sobre os impactos das medidas adotadas pelo CMSE e pela Creg desde outubro do ano passado, o ONS informou que elas permitiram ganhos da ordem de 14% da Energia Armazenada Máxima do subsistema Sudeste/Centro-Oeste, até setembro desse ano, segundo nota divulgada pelo Ministério de Minas e Energia.

Nesse período, foram autorizadas ações como o aumento da geração termelétrica, com despacho fora da ordem de mérito, a importação de energia da Argentina e do Uruguai e a flexibilização da operação dos reservatórios. Também foi anunciado um programa voluntario de resposta de demanda para consumidores industriais e um programa de incentivo à redução do consumo para o mercado regulado, além da criação da bandeira escassez hídrica, com custo adicional de R$ 14,20 a cada 100 Kwh para o consumidor do mercado cativo.

Segundo a nota, “as novas projeções apresentadas pelo ONS para o ano de 2021 indicam o atendimento da carga de energia elétrica nos cenários avaliados, sem que haja necessidade de uso da reserva operativa para atendimento de potência no cenário conservador apresentado.”

Em outubro choveu acima da média histórica nas principais bacias de interesse do SIN, exceto nas do Tietê, Paranaíba e Tocantins, o que melhorou as condições de afluência dos reservatórios Sudeste/Centro-Oeste e Sul. Os reservatórios registravam no fim do mês armazenamentos equivalentes de 18,2% (SE/CO), 52,0% (S), 36,4%n (NE) e 46,4%(N).

Para novembro, a previsão é de que o armazenamento nesses subsistemas chegue a 18,7% (SE/CO), 45,6% (S), 35,9%(NE) e 35,7% (N) da EARmáx. O Programa Mensal de Operação do NOS projeta para o sistema como um todo no fim do mês um índice de 24,5% da EARmáx.