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Com objetivo de dobrar o faturamento nos próximos meses, a Navarra Tech quer se dedicar mais as soluções para a comercialização. A Start Up é uma empresa de tecnologia financeira para o mercado de energia. Criada em 2017, nasceu criando algoritmos de trade automatizados e no ano seguinte foi convidada a atuar no setor, já tendo desenvolvido uma plataforma de leilões para a Votorantim. Em entrevista à Agência CanalEnergia, Daniel Barra, diretor comercial da empresa, revelou que entre os planos da empresa está realizar um projeto de Pesquisa & Desenvolvimento de administração de fundos de energia de modo que o pequeno produtor de energia e recursos energéticos distribuídos possam participar da comercialização.

A ideia é buscar uma solução similar a do mercado financeiro, em que pequenos investidores aplicam em fundos de investimentos, que funcionam como condomínios geridos sob uma estrutura própria. No caso, os pequenos geradores, que hoje tem dificuldades para entrar no trading, preferem alocar sua energia no mercado regulado ou em leilões a ter uma estrutura dedicada, o que os deixam em desvantagem. “A gente acredita que pode existir um modelo de asset e que isso tende a facilitar o desenvolvimento desses recursos distribuídos. Pequenas usinas que querem participar do Mercado Livre, mas que hoje é muito mais confortável e seguro para ela colocar um contrato de longo prazo no leilão”, aponta.

Barra conta que a Navarra Tech quer desenvolver mais projetos de pesquisa com foco em execução comercial. Ele promete sempre a busca por produtos cujo resultados gerem impacto no mercado. “Você nunca vai ver a Navarra fazendo um projeto de P&D Aneel que o entregável é um PDF” avisa. Atualmente, a start up atua em um P&D da Agência Nacional de Energia Elétrica liderado pela CTG Brasil para segurança no mercado livre. O objetivo é desenvolver um mecanismo que avalie o risco dos participantes no ambiente livre. A inspiração vem dos modelos usados do mercado financeiro, em especial no mercado de balcão, que opera com negociações bilaterais. Segundo Barra, como os contratos não são reportados para nenhuma instituição, não há base de dados para análise de impactos de medidas de segurança.

O projeto com a CTG já completou um ano e deve realizar um workshop nos próximos meses. Ao longo desse tempo, o P&D veio sendo refinado e cada vez mais fica perto da realidade do mercado, com o número de agentes equivalentes e simulações no ambiente bilateral. O diretor da Navarra Tech alerta sobre o resultado a ser obtido no P&D. “Nosso papel no P&D não é trazer uma metodologia, o nosso papel é mostrar qual é o impacto de uma metodologia proposta”, salienta. Ele acredita que nos próximos anos, com a abertura de mercado, poderá ocorrer um movimento semelhante ao do setor bancário no início do século, com pequenos bancos seno encerrados.

No fim de 2019, a Navarra foi convidada a ir para Oslo durante quatro meses no escritório da Equinor para conhecer o mercado norueguês. “A gente focou principalmente para entender um pouco mais de mercado europeu, As tendências que estavam acontecendo lá e o que a gente poderia trazer para o mercado brasileiro e amadurecer um pouco mais como empresa”, explica Barra. O executivo vê a chance de uma grande migração do mercado de trading para os derivativos e lembra da investida do BBCE em uma plataforma robusta. A partir daí, mais oportunidades em tecnologia poderão aparecer.

Ele também vê um maior interesse dos grandes players do setor na temática da segurança do mercado, de modo que entendam melhor a dinâmica. Para ele, embora crises como as causadas por comercializadoras não tenham chegado a causar impactos em cadeia nos agentes, a chance não pode ser descartada. “Pode haver situações que o risco sistêmico é tão grande que quebram 20 empresas ao mesmo tempo e outras 20 perdem praticamente todo o patrimônio”, adverte. Barra acredita que mais que um limite de alavancagem, a relação entre lucro e patrimônio das comercializadoras deve nortear a segurança, o que reduziria eventuais problemas de quebra.