Em audiência pública no Senado realizada nesta terça-feira, 9 de novembro, o ministro Bento Albuquerque afirmou que a expectativa do Ministério de Minas e Energia é que o armazenamento do Sistema Interligado Nacional no final de novembro fique em torno de 25,4%, sem indicação de uso de reserva operativa para o atendimento. Durante a audiência, feita em conjunto entre as comissões de Infraestrutura e temporária externa da crise energética, o ministro apresentou o plano de ação do governo e refutou o racionamento. “As medidas adotadas permitiram que o país permanecesse com a segurança energética e com o fornecimento de energia para todos os consumidores”, revelou.

Os reservatórios do Sudeste/ Centro-Oeste terminaram outubro com 18,7%. Caso medidas como adiantamento de entrada em operação de usinas, campanha de Eficiência Energética e Programa de Resposta Voluntária da Demanda não fossem implantadas, a estimativa é que os níveis estariam zerados. Ainda de acordo com Albuquerque, 2022 já estava no radar do governo, uma vez que as medidas adotadas para esse ano também impactariam no ano que vem. Segundo ele, se houver uma escassez hídrica em 2022 como em 2021, o armazenamento no SIN ficarão em 42,6% em maio. “Isso nos permite a governança com certa tranquilidade em relação ao ano de 2022”, avisa. Em abril de 2021, os reservatórios registravam volumes de 35,4%. Mesmo com a perspectiva melhorada, a situação operativa continua difícil e longe da normalidade.

O ministro também falou sobre o linhão Manaus – Boa Vista, que em setembro recebeu a licença ambiental do Ibama. No começo do ano que vem, as obras deem ser iniciadas. “É um ganho para o estado de Roraima e para o país, que será totalmente interligado”, comenta. Roraima é o único estado do país que não está conectado ao SIN, operando de forma isolada. O linhão foi licitado há dez anos, mas entraves no licenciamento ambiental impediram que o consórcio formado por Alupar e Eletronorte implantassem o empreendimento.

No começo da audiência, o senador José Aníbal (PSDB- SP) questionou o ministro por possível falha no planejamento energético, que não detectou as implicações do momento de seca histórica. “Há inquietações de como anda o nosso planejamento energético. Quem não considerou relevante o que estava sendo mostrado”, indagou. Aníbal também questionou o aumento das tarifas da energia, recebendo como justificativa de Albuquerque que o preço da energia subiu no mundo inteiro e que o país passa pela pior crise hídrica da série histórica.