Durante o Brazil Windpower, os debatedores trataram da operação do Sistema Interligado Nacional (SIN) em tempos de crise hídrica como a que o Brasil vive atualmente e concluíram que a geração eólica foi a responsável pela segurança do sistema elétrico no momento mais agudo da crise hídrica.
Apesar das fontes hídrica e térmica serem predominantes na matriz, o incremento das fontes eólica, biomassa e solar respondem por 21,8% em novembro. O destaque, no entanto, foi da fonte eólica, que teve 24 recordes de geração em 2021.
O diretor-geral do Operador Nacional do Sistema (ONS), Luiz Carlos Ciocchi, lembrou que a fonte representa pouco mais de 11% da matriz hoje e destacou que até 2025 deve atingir mais de 18%. “A geração eólica têm sido a grande locomotiva da expansão do sistema”.
O executivo afirma que a operação do SIN em tempos de crise hídrica só foi possível graças ao balanço de energia na expansão da malha de transmissão, trazendo energia do Nordeste para o Sudeste. “O Nordeste por muitos anos foi um importador de energia e hoje é o grande exportador”.
Racionamento
Com mais chuvas nos meses de outubro e novembro, o risco de racionamento e apagão parece finalmente estar descartado para o ano de 2021. Entretanto, 2022 será um ano de muitos desafios para o setor elétrico. O especialista da Climatempo, Pedro Regoto, lembra que o subsistema Centro-Oeste e Sudeste está abaixo da média e “desde 2012 nunca mais conseguiu recuperar a energia armazenada”.
Regoto lembra que a permanência do fenômeno La Niña deve se manter até o início de 2022, quando começa a perder força, o que pode regularizar o período úmido. Entretanto, o especialista aposta que o Brasil continuará precisando da fonte para manter a segurança do sistema em 2022.