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Os empreendedores estavam habituados a ter entre seus fornecedores de construção de projetos uma empresa com cerca de 20 anos de atuação no setor elétrico. Por conta de uma disputa envolvendo nome na Justiça surgiu a Elastri Engenharia, que completa 40 anos em 2022. E apesar do revés quanto à identidade corporativa (anteriormente era Seta Engenharia) está otimista com os próximos anos com o avanço de projetos solares, eólicos e em menor volume, PCHs.

A empresa calcula que há hoje propostas firmes para algo próximo a 15 projetos solares e mais oito de eólicas nos próximos 12 meses. Juntas essas duas fontes deverão representar um volume de obras que somam cerca de 7 GW em capacidade instalada. De longe deverá ser a maior fonte de receita da companhia, comentou o presidente, Rodolfo Pinto, em entrevista à Agência CanalEnergia.

“Vemos uma mudança em direção dos projetos rumo à solar. Existem muitos projetos em eólica, mas estes sem muita corrida. No caso da solar sim, há uma corrida maior por conta dos benefícios atuais, uma vez que há o PL no Congresso Nacional”, avaliou. “Em PCH vamos iniciar uma obra no ano que vem, mas essa fonte apresenta um menor volume como as outras duas, mas com a lei que instituiu a contratação de 2 GW temos um novo estímulo”, acrescentou o presidente da Elastri.

Apesar disso, ele não vê essa demanda por solar em decorrência do final da tarifa fio. Lembra que a matriz está mudando para projetos de menor porte e mais descentralizados. Lembrou que no passado, o mesmo volume de uma UHE demanda 10 projetos solares para se ter o mesmo porte em capacidade instalada e que isso aumenta o volume de projetos disponíveis no mercado.

“Para substituir uma Belo Monte são necessários dezenas de projetos e por isso a demanda dos empreendedores vêm aumentando”, exemplificou.

O segmento de energia é o único em que a empresa atua. Além de geração esta em transmissão. A previsão é de que neste ano somente a eólica responda por 50% da receita, 40% tem como origem a solar e 10% em transmissão. Em 2022 a perspectiva é parecida sendo algo como 40% para eólica e outros 40% na solar e os demais 20% divididos igualmente no segmento de transmissão e em PCH.

Para o executivo, o desafio que a empresa enfrenta é muito próximo do que o mercado como um todo vem passando, a questão do aumento de custos por conta da desvalorização cambial, frete e dos preços em elevação das commodities. Além disso, cita a dificuldade de encontrar, por exemplo, caminhões para as obras. Ele relaciona ainda a dificuldade de encontrar mão de obra qualificada diante desse aumento de demanda por novos projetos.

Por isso, a empresa vem investindo em uma plataforma de ensino a distância (EAD) para mitigar os efeitos. A perspectiva é de que deverá estar disponível ao mercado, inclusive à concorrência, a partir do primeiro trimestre de 2022. No momento passa por testes e a ideia é ter mais de 200 cursos para a formação específica de pessoal para atuar nas obras.

“Em engenharia tem como objetivo fazer o que tem que ser feito com menos, e assim ser mais eficiente, mas o Brasil passa pela carência de mão de obra esse é um desafio de médio prazo, pois é necessário o investimento para preparar as pessoas”, finalizou.