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O ano de 2020 viu um aumento de 26,8% no impacto total estimado da eólica sobre o PIB brasileiro na comparação com o ano de 2019. Esse cálculo foi apresentado no primeiro painel do segundo dia do Brazil Windpower 2021, evento realizado pelo Grupo CanalEnergia, by Informa Markets em parceria com a ABEEólica e GWEC. O valor ficou em R$ 61,9 bilhões contra um montante de R$ 48,8 bilhões. No acumulado de 10 anos a fonte adicionou R$ 320,8 bilhões à economia brasileira.
De acordo com o economista-sênior do LCA e Pesquisador da FGV-Ibre, Bráulio Borges, o valor adicionado ao PIB pelas utilities ficou em R$ 131,9 bilhões, ou 1,8% da economia do país. A maior parte desse valor, 90%, está associado ao setor elétrico, sendo a eólica responsável por pouco mais de 9%. A diferença, ou pouco mais de R$ 50 bilhões estão relacionados aos investimentos na construção do parque, diretos e indiretos, e mais R$ 700 milhões pelos valores de O&M dos parques.
Borges apontou que na média da última década a fonte eólica respondeu por 0,5% do PIB anual. Essa participação foi maior em anos de recessão, notadamente, em 2015 e 2020 e reforça a posição anti-cíclica do segmento. “A fonte eólica impediu quedas mais acentuadas da economia nesses anos”, reforçou ele.
O estudo revelou uma relação de 10,7 vagas por MW instalado, levando em consideração apenas os efeitos diretos e indiretos associados ao Capex em termos de empregos criados. Cerca de 40% são diretos e os 60% restantes, indiretos. Essa relação cai significativamente quando se avalia as atividades de operação e manutenção que fica em 0,6 emprego por MW. Borges reitera que o segmento é mais intensivo em capital em máquinas e equipamentos, de cada real gasto 80% tem como destino bens de capital e 20% em construção e mão de obra.
“Apesar disso, verificamos que essa relação entre emprego e MW está em linha com a experiência internacional. Em O&M o volume não é tão elevado assim, mas não é desprezível”, ressaltou. “No total o número de empregos criados pela fonte eólica é de 220 mil vagas”, apontou.
Outro dado apresentado nesse estudo foi das emissões evitadas. Segundo estimativa do pesquisador, o valor já está em 0,1% do PIB atual, ou cerca de R$ 6 bilhões, devendo atingir cerca de 0,15% da economia em 2024. Entre 2016 e 2024, a expectativa é de que a eólica terá elevado o PIB futuro do Brasil e mundial em R$ 68,7 bilhões, valores de 2021 atualizados pelo IPCA.