O consumo total de eletricidade no Brasil deve ter crescimento médio de 3,5% anuais entre 2021 e 2031, para um desempenho esperado do Produto Interno Bruto de 2,9% ao ano no período. A previsão para a energia ofertada é de 3,4% ao ano, com expansão de 27 GW médios. As projeções foram feitas pela Empresa de Pesquisa Energética, com base em um cenário referência para a evolução desses indicadores na próxima década.
A EPE lançou o Caderno de Demanda de Eletricidade do Plano Decenal de Expansão de Energia 2031 , uma das diversas publicações com resultados que serão incorporados ao documento final com a próxima versão do PDE. Além do cenário de referência, o estudo trabalha com cenários inferior e superior, nos quais há variações para mais ou para menos no desempenho projetado.
Para esse ano, o documento traz uma previsão de aumento médio de 5% no consumo, na comparação com o ano passado, com altas de 8,7% no setor industrial, de 4,9% no comercial, de 1,9% no residencial e de 3% para demais subclasses de consumidores. No cenário inferior, a projeção é de 1,9%, e no superior de 5,8%. A EPE lembra que pandemia de Covid-19 afetou o ritmo e a intensidade da retomada da demanda ao longo do ano.
Na perspectiva decenal, o consumo médio das residências deve passar de 165 kWh/mês em 2021 (mesmo valor de 2020 e de 2022) para 196kWh/mês em 2031, com esse universo de consumidores passando de 76 milhões para 88 milhões de unidades. O crescimento médio, no cenário de referencia, é de 3,3% anuais. De acordo com a EPE, apenas em 2026 o maior consumo médio já registrado (179 kWh/mês, em 1998) deverá ser superado.
Para a indústria é esperado aumento médio de 3% ao ano na carga, com 3,2% em média para os setores tradicionais e 2,5% para os eletrointensivos. Esse resultado considera o sucesso na realização de reformas estruturais que aumentarão a competitividade da indústria, especialmente a de construção, a de transformação e os setores exportadores de commodities.
O estudo aponta também a retomada esse ano da produção de plantas eletrointensivas, com destaque para a cadeias do alumínio, pelotização e soda-cloro. E há, ainda, a expectativa de que os grandes consumidores aumentem em 11 TWh a autoprodução não-injetada no período decenal, o equivalente à geração de 2,2 GW hidráulicos. A produção para consumo próprio deve aumentar principalmente no setores de celulose, exploração e produção de óleo e gás e sucroalcooleiro.
Na recuperação pós pandemia, comércio e as outras classes de consumidores voltam a se destacar na evolução do consumo no horizonte de planejamento, com crescimento médio anual de 4,2% e de 4,4%, respectivamente.