Após a suspensão do Programa de Redução Voluntária da Demanda (RVD), que gerou críticas de setores da indústria, representantes do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) e da Associação Brasileira dos Grandes Consumidores de Energia e Consumidores Livres (Abrace) se reuniram na última quarta-feira, 17 de novembro, para discutir o Programa de Redução Voluntária da Demanda (RVD) e os custos de operação do sistema.

Durante a reunião, as instituições botaram panos quentes nas divergências sobre a suspensão do programa e acordaram que irão buscar caminhos técnicos adicionais para estimular a resposta da demanda, levando propostas para a governança do setor elétrico, além de trabalharem juntas para aperfeiçoarem o atual modelo de oferta e demanda.

Segundo o diretor-geral do ONS, Luiz Carlos Ciocchi, o objetivo agora é estimular projetos de resposta da demanda de uma forma contínua. Isso porque até então o órgão via o programa de forma emergencial e com objetivo exclusivo reduzir a demanda de ponta de forma rápida, além de atender uma necessidade específica.

“O programa de RVD tinha um objetivo e era voltado para atender a demanda de ponta do sistema em um cenário de escassez hídrica, por um período pré-determinado, e com regras definidas por Portaria do MME”, disse Ciocchi.

Paulo Pedrosa, presidente-executivo da Abrace, lembrou que a indústria se empenhou e fez adaptações importantes para atender ao programa de RVD e agora quer participar de uma forma continuada e estruturada. “A ideia é adotarmos estratégias convergentes de atuação”.

Outro tema que Pedrosa vem demonstrando preocupação são os mecanismos de formação de preço, já que a queda nos preços de energia no mercado de curto prazo em um momento em que o país passa por uma profunda crise hídrica desestimula o consumo racional.