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O complexo eólico de Tucano (BA – 365,8 MW) , de propriedade da AES Brasil, deve ser operado por um time 100% feminino. De acordo com a CEO Clarissa Saddock, a iniciativa faz parte do programa de diversidade e inclusão da empresa, dentro dos padrões ESG.
“Já formamos esse time e agora estamos trabalhando para selecionar as 13 pessoas que irão começar a operar essa planta que entrará em operação em 2022”, explicou a executiva, que participou na última quarta-feira, 18 de novembro, do Energia em Foco 2021. O tema desta edição foi “A energia renovável como caminho para atingir um alto nível ESG”. A AES Brasil já neutralizou suas emissões de carbono em 2020 e da remuneração variável da executiva, 40% está atrelado a metas ESG.
Durante o evento, Léo Moreno, presidente da AES Clean Energy, a unidade do grupo para energia renovável nos EUA, contou que a empresa assinou contratos que somam 4 GW e vem liderando uma transformação no mercado corporativo norte-americano. Já foi anunciado com o Google a primeira negociação para fornecimento de energia renovável 24 horas por dia e sete dias por semana, por meio de dez projetos de 500 MW que combinam energia hídrica, eólica, solar e baterias. “Essas transações do mercado estão elevando o padrão de sustentabilidade desses clientes, incorporando aos seus objetivos a ideia da energia renovável em todas as horas do ano”, salienta.
Ainda segundo ele, apenas um terço do consumo de energia no mundo é para eletricidade. O restante vai para outros destinos como transporte, aquecimento e uso industrial. Moreno lembra que a descarbonização vai exigir a eletrificação de todos os setores de consumo. “O futuro será elétrico, vamos precisar do dobro ou triplo da carga elétrica do sistema”, ressalta.
Segundo Fabio Barbosa, do Instituto Endeavour, a temática ESG veio para ficar é não é mais tratada como algo menor dentro das empresas. “Vejo o setor privado entendendo que abraçar ESG não é uma bobagem, uma coisa de verdes ou ambientalistas. É uma tendência do mercado, de quem consome o seu produto e de quem investe na sua empresa”, comenta. Os padrões dessa agenda devem aumentar nos próximos anos. Há uma mudança na sociedade que pede pela adoção desses critérios. Segundo Barbosa, já há muitos compromissos de bancos e investidores em ter portfólios limpos. Esses movimentos levaram empresas a ter metas de sustentabilidade.
Para Rogério Jorge, diretor de relacionamento com clientes da AES Brasil, a maior missão da empresa é auxiliar os clientes na descarbonização, oferecendo a melhor carteira de soluções que se ajuste as suas necessidades. Segundo ele, há empresas mais e menos avançadas nessa questão e outras que necessitam de produtos específicos, como adquirir energia de um empreendimento novo. Jorge dá como exemplo os certificados de energia renovável, que são consideradas soluções simples, mas que pode ser o pontapé inicial de um processo de descarbonização. “Nesse gradiente de diversidade de demandas, precisamos ter produtos que atendam a necessidade para aquele cliente naquele momento”, avisa.