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As decisões recentes que o governo tomou para enfrentar a crise hídrica devem custar cerca de R$ 140 bilhões a serem pagos pelo consumidor, segundo cálculos do Instituto Clima e Sociedade (iCS). Isso se deve à inclusão dos jabutis da MP da Eletrobras, à contratação da térmicas para enfrentamento da crise, ao Programa de incentivo à Redução Voluntária de Demanda (RVD), à criação da bandeira escassez hídrica e ao leilão emergencial para contratação e reserva de capacidade.
Só em 2021, o consumidor pagou R$ 30,2 bilhões em custos adicionais com bandeiras e encargos, segundo o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec). O que está por vir para os próximos anos são R$ 11,8 bilhões de custo de geração térmica, o empréstimo para as distribuidoras, que podem chegar a R$ 15 bilhões, os custos com a MP da Eletrobras, que somam R$ 78,3 bilhões, e os contratos estabelecidos no leilão emergencial de R$ 39 bilhões a serem pagos entre 2022 e 2025.
Para a consultora de Energia do iCS, Amanda Ohara, havia alternativas para minimizar os custos ao consumidor. Segundo a executiva, o instituto chegou a listar medidas de eficiência energética que poderiam ter impacto na solução da crise com custos menores. “As decisões não justificadas representam um custo ao consumidor de R$ 140 bilhões ao longo de vários anos pela frente”.
Ela diz ainda que embora o risco de apagão tenha diminuído este ano, o consumidor segue com custo bastante alto, com tendência de aumentos para a frente. Ela critica a suspensão pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) do programa de Redução Voluntária de Demanda (RVD), programa que teve adesão de parte da indústria.
Herança maldita
O coordenador do Programa de Energia e Sustentabilidade do Instituto de Defesa do Consumidor (Idec), Clauber Leite, também foi duro nas palavras e disse que o custo da crise hidroenergética é uma “herança maldita” da falta de planejamento do governo.
“Já estamos vivendo um racionamento via tarifa e a escolha foi não ter programa de redução de consumo (…) Herança maldita para os consumidores por conta de não tomarem medidas adequadas de planejamento “, disse.
Para Leite, as ações tomadas não resolvem o problema, só estão jogando para frente esse problema que vai estourar na conta do consumidor e que no ano que vem a conta deve ter um aumento médio na tarifa de 21%.