Olá, esse é um conteúdo exclusivo destinado aos nossos assinantes
Cadastre-se GRATUITAMENTE ou faça seu LOGIN e tenha acesso:
Até 5 conteúdos
fechados por mês
Ficar por dentro dos cursos e
eventos do CanalEnergia
Receber nossas newsletters e
mantenha-se informado
sobre o setor de energia.
Notícias abertas CanalEnergia
ou
Já sou cadastrado,

De olho no potencial adormecido brasileiro de mobilidade elétrica, a Hitachi Energy entra de vez no mercado de elétricos com foco em frotas, sinalizando a renovação e ampliação do portfólio de soluções para a transição energética no Brasil.

A empresa vai continuar atuando na área de redes, sistemas de transmissão, subestações e equipamentos de alta tensão. Entretanto, a eletrificação de frotas é um negócio em potencial e o que antes era focado apenas em carregadores para autos elétricos e frotas de ônibus e caminhões, agora se amplia para novas soluções. O cerne do negócio será em B2B para atender os operadores de frotas de ônibus e caminhões. O gerente Latam de Mobilidade da Hitachi Energy no Brasil, Henrique Gross, explica:

“O que a gente busca neste novo mercado é trazer o conhecimento de transporte para adaptar as soluções a um mercado que é completamente novo”.

O executivo conta que já vem conversando com operadores de ônibus nas cidades e que a operação tradicional a diesel é muito diferente e as cidades brasileiras ainda carecem de infraestrutura para suportar essa alternativa de mobilidade sustentável. “Você precisa pensar em todo sistema elétrico de distribuição antes de adotar esse tipo de solução”, diz.

Hoje a empresa tem mais de 40 projetos na área de armazenamento de energia e sistema de controle e gerenciamento. Aqui no Brasil, eles já discutem alguns projetos e acreditam que essas soluções terão papel fundamental no controle de estabilidade do sistema.

“O que a gente busca neste novo mercado é trazer o conhecimento de transporte para adaptar as soluções a um mercado que é completamente novo”
Henrique Gross, da Hitachi Energy no Brasil

Nacionalização da produção
O Country Manager da companhia, José Paiva, conta que a estratégia se apoia em estudos da Agência Internacional de Energia de que até 2050, a eletrificação global quase dobrará a demanda. A operação vai ficar focada na fábrica de Guarulhos (SP) e se os planos saírem como os executivos planejam, a ideia é aumentar a nacionalização da produção.

Henrique Gross acrescenta que a empresa já produz no Brasil toda a parte de transformadores, proteção e controle, além de toda parte de serviços, no entanto, para outros componentes, a produção local ainda exige escala.

“Com relação a alguns equipamentos mais específicos, como os retificadores, por exemplo, tudo é uma questão de escala. “Hoje a gente não tem escala para produzir localmente, mas quando pensamos que países como Chile e México têm uma frota de ônibus em torno de 57 mil veículos a diesel e o Brasil tem só 380 mil, o potencial que existe de demanda de equipamentos é gigantesco”.

Essa demanda se confirmando, o executivo afirma que a empresa tem todas as condições para iniciar uma produção local. Isso tudo só pensando no modal rodoviário, ele diz que se considerar o mercado que virá com a concessão das ferrovias, “faz todo o sentido fazer um sistema eletrificado para fornecimento local e para outros países da América Latina”.

Gross conta que as operações comerciais no Brasil são poucas e ainda tímidas quando comparadas a outros países latinoamericanos e não refletem os benefícios da eletrificação no longo prazo. “Com três ou quatro veículos, estou falando de 400 kW de potência instalada, o empreendedor nem consegue acessar o mercado livre. Então o próprio custo da energia não pode ser comparado quando se tem 100 veículos, por exemplo”, calcula.

O executivo avalia que outras soluções, como carregamento ultrarrápido, por exemplo, já estão disponíveis e que devem se tornar tendência. A empresa tem trabalhado com uma solução de carga que é semelhante às usadas nos metrôs e pode aproveitar esse know how nos seus planos de eletrificação, já que a Hitachi é uma grande fornecedora de trens e poderá se juntar à área de redes elétricas para ser mais competitiva. “Diferente dos carregadores que a gente vê no mercado, para veículos individuais, ela é uma solução otimizada para ser usada em transporte de pessoas”, finaliza.