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Pioneira no mercado livre, quando fechou com a Carbocloro o primeiro contrato de energia fora do ambiente cativo, em 1999, a Tradener tem acompanhado de perto todas as movimentações do ACL brasileiro desde a sua criação. Para Walfrido Ávila, presidente da comercializadora, mesmo com o passar dos anos e as necessidades mais diversas dos clientes, a negociação continua partindo de uma premissa básica: o menor preço. A partir daí começam as diferenciações nas soluções e produtos. “A demanda é sempre a mesma: preço baixo”, avisa.
A comercializadora cresceu em 58% sua carteira de clientes de longo prazo desde o ano de 2019, meses antes da pandemia. A Tradener tem hoje 750 clientes sob o seu atendimento, gestão e comercialização de energia. Levantamento da empresa mostra que historicamente a Tradener tem trazido para seus clientes uma economia de 25 a 30% nos custos de energia.
Em agosto, a Tradener inaugurou o parque eólico Pindaí, na Bahia, com 80 MW de capacidade, totalmente destinado ao mercado livre. Ávila lembra que há alguns anos, a fonte ficava restrita aos leilões do mercado regulado por ainda ser muito mais cara que a energia convencional. “A partir do momento em que os preços foram caindo, a fonte ficou no mesmo patamar das ouras fontes e hoje vem se destacando. Hoje elas custam pouco, ficaram ao alcance do mercado livre e aí a negociação foi natural”, relembra. Com a baixa expansão do mercado regulado, a autoprodução e o ACL se transformaram no ponto de expansão da fonte.
Um entusiasta das PCHs, no último Encontro Nacional de Agentes do Setor Elétrico Ávila apresentou um plano nacional para implantar 100 novas PCHs por ano, durante dez anos, gerando cerca de um milhão de empregos. Com isso, seria construído em capacidade uma Itaipu no interior do país. Para ele, o plano é desafiador, mas o setor tem todas as condições de por o plano em andamento. Hoje há 7.919 MW em projetos disponíveis e outros 5.694 MW em projetos em desenvolvimento. Ele lembra quer as PCHs não pertencentes aos concessionários, mas sim ao Brasil, grande beneficiário da expansão da fonte. O plano envolve planejamentos na construção, transmissão, venda e tributação.
O presidente da Tradener gostaria de mais dados sobre o impacto positivo da aplicação do preço de liquidação das diferenças horário, em vigor no país desde 2021. Ele não nega que as vantagens podem ser concretas, mas gostaria que houvesse uma exibição constante das vantagens do PLD horário. “Deveriam ser mais divulgados os benefícios e até o sistema nos chamar para participar dessa grande modernidade”, comenta.
Ávila alerta que os compromissos globais em prol de energias renováveis são importantes, mas devem ser bem avaliados e alinhados. Para ele, o país já tem uma matriz bastante limpa e as ações deveriam ser em prol de destravar fontes como a PCH, que enfrenta dificuldades com fortes custos ambientais. Outro ponto que o executivo alerta é que uma expansão guiada não pode vir de modo que a energia fique mais cara, sob pena de deixar a energia menos competitiva.