Seis dos onze principais setores da economia apresentaram ligeira queda no consumo de energia em outubro, fazendo com que o consolidado do mês apresentasse retração de 0,27%, afirma o Índice Comerc – que desde 2015 avalia o consumo de 11 principais setores da economia a partir de 3 mil unidades de sua carteira de comercialização, pertencentes a aproximadamente 1.500 empresas que compram energia elétrica no mercado livre.

A redução, dentro da margem histórica, foi influenciada pelo desempenho negativo dos setores de Comércio & Varejista (0,11%), Química (0,27%), Têxtil, Couro & Vestuário (1,28%), Manufaturados (3,56%), Veículos & Autopeças (3,66%) e Eletromecânica (4,61%).

Na contramão, cinco segmentos apresentaram alta na demanda energética em comparação a setembro: Papel & Celulose (0,29%), Alimentos (0,37%), Siderurgia & Metalurgia (1,40%), Materiais de Construção (1,51%) e Embalagens (1,71%).

O desempenho vem mantendo certa estabilidade ao longo de 2020-2021, influenciados por mudanças em hábitos de consumo e comportamento relacionados à pandemia –caso de Papel & Celulose, cujo aumento na procura por papéis para fins sanitários e de higiene pessoal elevou a demanda por celulose em todo o mundo já nos primeiros meses de pandemia e se mantém até o momento; e de Embalagens, que observou um aumento na demanda devido à popularização do delivery e das compras online.

Além de aspectos relacionados ao mercado, a falta de chuvas e o cenário de estiagem também têm influência no resultado, visto reduzirem a geração de energia nas hidrelétricas, influenciando diretamente nas tarifas do mercado cativo.

Já no ambiente livre os consumidores estão protegidos por contratos firmados em estratégias de médio e longo prazos com preços competitivos. “Historicamente, o segundo semestre é marcado, de um lado, por chuvas menos frequentes, e, do outro, pelo aquecimento de diversos setores visando as demandas de fim de ano”, comenta o Vice-Presidente do Grupo Comerc Energia, Marcelo Ávila.

Em 2021, esses dois extremos estão ainda mais acentuados a partir de uma estiagem mais severa e a recuperação econômica pós pandemia.A queda observada reflete as condições climáticas, comportamentos mais conservadores para evitar o risco de racionamento, alta nos preços dos produtos e consequente queda na demanda e produção”, conclui Ávila.