A Associação Brasileira do Biogás vai lançar um certificado de biometano, adequado à realidade brasileira, e com base nas melhores práticas do mercado. A novidade foi anunciada pelo presidente da ABiogás, Alessandro Gardemann, no VIII Fórum do Biogás, realizado na última semana. O executivo também apresentou o balanço do ano, que registrou crescimento do setor de 15%.
De acordo com o presidente da associação, houve um crescimento de 15% este ano, com 45 novas usinas conectadas à rede. Gardemann considerou o resultado excelente, diante das dificuldades dos últimos anos. Segundo ele, na geração distribuída os números são ainda melhores, crescendo 37% e mostrando a importância que este modelo de geração de energia tem para o biogás.
Gardemann falou ainda sobre o papel do biogás na COP26, representado pela ABiogás. Ele contou que o Brasil assinou o compromisso global do metano, e para atingir a meta de redução de 30% nas emissões, é preciso construir uma indústria no Brasil descarbonizada, gerando eficiência na cadeia produtiva.
Outro destaque do Fórum foi a apresentação do Fundo Garantidor do Biogás, primeiro fundo com foco ambiental no Brasil, lançado em setembro pelo The Lab (Laboratório Global de Inovação para Finanças Climáticas) junto com a ABiogás. O Fundo tem como objetivo destravar investimentos para projetos de biogás. Segundo o consultor do Lab, Felipe Borschiver, a ideia surgiu a partir de uma proposta feita pela ABiogás que constatou um gargalo na exigência de garantias pelas instituições de crédito no financiamento do biogás. O portifólio inicial tem R$ 1 bilhão em operações de créditos mapeadas. Serão destinados R$ 300 milhões em garantias para 16 projetos selecionados e o fundo terá duração de 10 anos.