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Atenta ao potencial de consumidores de média e baixa tensão que podem migrar para o mercado livre de energia para a partir de 2024, a AES adquiriu 67% da GreenAnt, uma Energy Tech brasileira de inteligência de dados. A ideia é que os fundadores da startup continuem à frente da gestão da companhia e a gigante americana abra novos mercados e faça possíveis alavancagens.

Em conversa com a Agência CanalEnergia, o vice-presidente de Novos Negócios da AES América do Sul, Ítalo Freitas, contou a companhia vem fomentando a aceleração de startups e o que despertou interesse na GreenAnt foi que a companhia oferece serviços de gestão de energia e desenvolve soluções de digitalização para o uso eficiente de recursos energéticos através de algoritmos próprios. O executivo não revelou o valor da transação, mas deu outros detalhes e um dos objetivos é oferecer os serviços tanto para o mercado nacional quanto para o internacional.

O relacionamento entre as empresas já existia no âmbito de P&D e a partir disso as negociações avançaram visualizando o futuro digital do setor elétrico brasileiro face às aberturas de mercado. O objetivo é que a tecnologia desenvolvida pela GreenAnt seja exportada para a América do Sul e, consequentemente, alçará voos maiores para outros mercados.

“Com a entrada da AES nos mercados que atua, como Chile, Brasil, Colômbia, México, Argentina e até Estados Unidos, a intenção é que a gente abra esses mercados e a GreenAnt atue com o diferencial que tem”, diz Freitas. “É tecnologia brasileira sendo exportada”, acrescenta.

“Com a entrada da AES nos mercados que atua, como Chile, Brasil, Colômbia, México, Argentina e até Estados Unidos, a intenção é que a gente abra esses mercados e a GreenAnt atue com o diferencial que tem” Ítalo Freitas, da AES

Mercado em expansão
O executivo prevê que, com a tendência de liberalização de mercado, haverá uma pulverização de novos consumidores e a gestão e outros serviços disso será fundamental dentro deste novo contexto.

“A medida que o mercado vai baixando a régua de entrada de novos agentes no mercado livre, os grandes investimentos têm que reduzir, caso contrário não vai chamar o cliente pequeno para o mercado livre. Uma forma de fazer com que esse cliente venha para esse mercado é barateando a interação com a empresa e não ter todo aquele processo na CCEE para fechar um PPA”, diz.

Hoje, cerca de 35% do mercado já é livre e existem cerca de 180 mil potenciais consumidores livres de um universo de 87 milhões. A ampliação prevista pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para a baixa tensão pode aumentar muito a migração para o ambiente livre. “O Brasil está muito próximo e a caminho da liberalização do mercado de energia”, diz.

Por outro lado, os próprios diretores da Agência afirmam que há ainda uma indefinição técnica sobre como será a medição e o modelo de faturamento. Ítalo é categórico ao dizer que os serviços da Energy Tech já contemplam essas demandas.

Ele reconhece também que ainda é muito cedo para saber o quanto desse mercado a GreenAnt pode absorver. Entretanto, nos mapeamentos feitos, o executivo afirma que essa abertura será maior e mais veloz se for digital. “E nosso foco são os pequenos e médios consumidores comercial e industrial”.