A Energisa anunciou nesta segunda-feira, 6 de dezembro, em encontro para investidores, a estratégia de diversificação dos negócios para os próximos cinco anos. A empresa pretende ampliar suas atividades não relacionadas aos negócios regulados de distribuição de energia elétrica. Até 2026 serão investidos cerca de R$ 29,5 bilhões, o que representa 1,6 vez o volume de aportes de 2017 até este ano. De acordo com o CEO da Energisa, Ricardo Botelho, essa alocação robusta de investimento traz um equilíbrio entre os recursos destinados à distribuição e aos demais negócios. A previsão é de que o segmento de distribuição responda por 53% dos investimentos, enquanto geração, transmissão e outros negócios alcance 47%.
Segundo o executivo, há uma ambição clara de futuro. A empresa quer liderar a agenda de transformação energética no país, conectando pessoas e empresas à melhor solução de energia e construindo um mundo mais sustentável. A decisão estaria apoiada na responsabilidade financeira que garante à Energisa uma sólida posição de caixa e que permite investir em segmentos que possuem boas perspectivas de crescimento. A empresa detalhou a estratégia de expansão para cada um dos seus negócios, com destaque para a introdução do conceito one-stop-shop para oferta de soluções energéticas a clientes.
Dessa forma, a Energisa também espera diversificar os resultados financeiros até 2026. Hoje, cerca de 92% do Ebitda recorrente se referem ao negócio de distribuição. Para os próximos cinco anos, a empresa prevê uma participação entre 75% e 80% em distribuição e 25% a 20% em outros negócios. Como parte da estratégia dos ‘4Ds da Energisa’ (diversificação, digitalização, descarbonização e descentralização), a empresa investiu desde o início do ano para fortalecer liderança executiva. A entrada de novos profissionais e a criação de cargos na vice-presidência trouxeram novas competências para o desenvolvimento de produtos e serviços com foco em marketing e vendas.
Roberta Godói, vice-presidente de Soluções Energéticas, responsável pelas áreas de geração distribuída, comercialização e soluções energéticas, conta que até 2026, serão conectadas demandas, ofertas, pessoas e serviços, clientes e experiências em uma única plataforma completa, explorando a sinergia entre os diferentes negócios do grupo.
A executiva acrescenta que o crescimento da Energisa no segmento de geração distribuída vai quintuplicar a base de clientes nos próximos três anos. Segundo ela, foram investidos R$ 300 milhões na construção de plantas próprias de energia solar, o que resultará, no fim deste ano, em uma geração total de 77,7 MW. Até 2024, a intenção é ter mais de 460 MW de ativos próprios, com investimento estimado em mais de R$ 2,3 bilhões. Além disso, nossa meta é passar de 2 mil pequenas e médias empresas para cerca de 10 mil.
A Energisa anunciou no evento o seu novo foco na expansão da geração renovável de grande porte centralizada. Serão implementados 1.200 MW em usinas solares e eólicas, através do desenvolvimento de projetos próprios ou mediante aquisição de projetos prontos para construção. A empresa pretende comercializar no mercado livre a produção dessas usinas.
A Energisa também está atenta à cadeia do gás natural. Botelho explica que a expertise em distribuição de energia elétrica permite enxergar a fonte como mais uma oportunidade de diversificação de produtos em virtude da sinergia com as operações. No país, há a expectativa de crescimento da oferta de gás na malha integrada de 33,6% no período de 2020 a 2030 com a privatização de empresas distribuidoras estaduais. O interesse da Energisa se estende à produção de biogás, para geração de energia elétrica, e de biometano, como substitutos para o gás natural obtidos de resíduos sólidos urbanos, de dejetos animais da produção de granjas ou de gado confinado.