As importações de módulos fotovoltaicos tiveram um aumento projetado de 98% em 2021, saindo de US$ 1,02 bilhão em 2020 para US$ 2,03 bilhões este ano. Em 2019, as importações também ficaram em torno de US$ 1 bilhão. O produto é um dos mais importados do setor eletroeletrônico e o desempenho foi o maior dentre os apresentados em coletiva de imprensa da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica, realizada nesta quinta-feira, 9 de dezembro. Os módulos conseguiram superar itens como os produtos para Eletrônica Embarcada, que subiram  50% e o de componentes para materiais de instalação, que cresceram 40%.

De acordo com o diretor da área de Geração, Transmissão e Distribuição da associação, Marcelo Machado, tanto a geração centralizada quanto a distribuída tem previsão de crescimento expressivo para 2022, o que deve levar a altos números ano que vem, já que os equipamentos na sua maioria vem da China. “A expectativa de crescimento desse setor é grande e a importação é natural”, avisa. Outros componentes, como os inversores também devem ter incremento nos números.

O presidente da associação, Humberto Barbato, chamou atenção para o fato que após o governo federal zerar a alíquota de importação dos módulos, a produção nacional recuou a sua participação de 19% para 2%. O executivo salientou que a queixa dos produtores nacionais não foi pela abertura do mercado, mas sim pela não isenção das alíquotas de importação dos custos dos insumos necessários para a produção local dos módulos fotovoltaicos. “A indústria nacional continuou tributada e o produto importado deixou de ser tributado”, aponta. Esses dados serão apresentados ao Ministério da Economia. Barbato deve se reunir com o ministro Paulo Guedes nos próximos dias e esse tema estará na pauta.

Marcelo Machado também citou na coletiva que o leilão de transmissão, que será realizado na próxima semana, vai ser mais uma oportunidade de negócios para o setor de eletroeletrônicos. O armazenamento de energia foi considerado por ele como uma das ferramentas para a gestão do futuro. Segundo Machado, é uma forma de garantir a energia das fontes renováveis na base do sistema. A necessidade de modernização tecnológica da infraestrutura do setor, como medição inteligente, aumento de potência no sistema e gestão de energia. É uma bandeira que a Abinee tem promovido bastante”, explica.

O diretor de GTD elogiou a gestão da crise hídrica feita pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico. O programa de Resposta Voluntária da demanda também foi citado como outra ferramenta positiva e que deve ser aprimorada pela Agência Nacional de Energia Elétrica nos próximos anos.