A Alupar Investimentos terá uma postura ainda mais cautelosa em relação aos próximos leilões de transmissão. Na avaliação da empresa, que realizou nessa quarta-feira, 15 de dezembro, um evento para analistas e investidores, os retornos financeiros nos últimos anos foram negativos e o setor de construção passa por um momento nebuloso com o aumento no custo das matérias-primas para implementação dos projetos.

O diretor financeiro da companhia, José Luiz de Godoy Pereira, disse enxergar o mercado em mudança, com muitas empresas que foram agressivas em certames passados tendo problemas de execução e com projetos atrasados. “Está havendo também a insolvência de alguns fornecedores, principalmente para as construtoras de linha que passam por momentos críticos, abandonando obras e contratos”, complementa.

O executivo classifica o momento como complexo, atribuindo-o a fatores preponderantes como o aumento no preço dos insumos e ao advento da pandemia. “Temos notícias de uma grande construtora que abandonou todos os contratos, outra que está pedindo valores altíssimos de reequilíbrio e por aí vai”, salienta.

Para o executivo, essa realidade precisa ser refletida nas próximas licitações, o que não acontece há pelo menos três anos, época em que taxa de juros chegou a 2% ao ano, num modelo de liquidez que está sendo alterado. Ademais ele afirma que grande parte do investimento em materiais para os projetos em execução já foram comprados e que a companhia tem trabalhado com alternativas para mitigar avaliar os possíveis novos impactos.

“Não temos necessidade de sair praticando retorno negativos nos leilões, vamos participar e analisar”, pontua, citando os três projetos de carteira em execução: na Colômbia, a concessão ELTE no litoral de SP e a TNE, atualmente em negociação com todas as partes envolvidas no processo.

Na visão do presidente da Alupar, Paulo Godoy, o impacto do custo das commodities e alta do dólar poderão produzir efeitos a serem avaliados e reconhecidos pela empresa nos novos projetos que virá a implementar, administrando a parte futura de compras, já que a atual matriz de risco se encontra “relativamente controlada”.

“Temos feito gestão daquilo que conseguimos importar, explorando fornecedores externos e buscando fontes alternativas de fornecimento”, finalizou o executivo.