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O resultado do leilão de transmissão desta sexta-feira, 17 de dezembro, será olhado “com lupa” pelos investidores, pois pode indicar como ficarão as ofertas nas disputas do ano que vem por projetos com investimentos mais elevados. A expectativa é de que o certame seja competitivo, mas com deságios menores, em razão da disparada dos preços dos insumos e do custo de construção.
Embora a inflação esteja em 10,67%, o alumínio aumentou 90% no mercado internacional, o cobre 60%, a chapa de aço magnésico usada em transformadores reatores mais de 60%, sem contar a parte de obras civis, destaca o presidente da Associação Brasileira das Empresas de Transmissão de Energia Elétrica, Mário Miranda.
Para o executivo, mesmo sendo um leilão menor em comparação a outros certames, com R$ 2,9 bilhões de investimentos, a disputa de hoje à tarde [certame acontece às 15 horas] vai ser um aprendizado e um indício de como se preparar para as duas licitações previstas para o ano que vem.
Na sessão pública do certame que vai acontecer na sede da B3 serão ofertados cinco lotes de empreendimentos nos estados do Amapá, Bahia, Minas Gerais, Paraná e São Paulo, com prazo de conclusão de 36 a 60 meses. O destaque é o Lote 5, com instalações que vão reforçar a segurança no atendimento ao Amapá.
Se nos Estados Unidos, o problema na cadeia de suprimento é não ter navio de transporte e faltar contêiner no mundo, no Brasil é a disparada no preço dos insumos, afirma Miranda. Os americanos estimam uma perda de eficiência da economia com a pandemia do Coronavírus da ordem de 8%.
O dirigente destaca que há uma volatilidade muito grande de preços no mundo, e não se sabe se os valores atuais são definitivos. “Nós estamos num mundo de muita incerteza econômica”, disse à Agência CanalEnergia.
Mesmo em um cenário como o atual, ele diz não ter resposta para o que tem acontecido com os preços no Brasil, que produz insumos importantes usados no setor e ainda tem muita ociosidade no parque industrial.
“Eu não consigo ainda interpretar falando ‘o problema é esse’. É assustador. Se as siderúrgicas estivessem operando 100%, três turnos, 24 horas, trabalhando sábado e domingo, e aumentassem as encomendas, elas aumentariam preço. Mas não é verdade. Ainda tem ociosidade industrial. Então, por que? Se a ocupação industrial não esta alta, por que o preço está disparando?”.
Certames em 2022
Os dois leilões do ano que vem foram habilitados nesta quinta-feira, 16, no Programa de Parcerias de Investimentos. O primeiro, previsto para junho, tem investimentos previstos de R$ 9,5 bilhões, com 13 lotes de instalações localizadas em 13 estados. O segundo, em novembro, é menor, com seis lotes de empreendimentos em seis estados e R$ 1,3 bilhão em investimentos.