Taesa, Sterlite Brazil, Rialma, Neonergia e Energisa foram as vencedoras do Leilão de Transmissão realizado nesta sexta-feira, 17 de dezembro. O certame teve competição em todos lotes, sendo que em três deles -1, 2 e 4 – o pregão foi para o viva-voz. O deságio médio ficou em 50%, representando uma economia de R$ 5 bilhões para o consumidor ou 3% na tarifa, de acordo com a Agência Nacional de Energia Elétrica. Os investimentos somados chegam a R$ 2,9 bilhões.
O diretor da Aneel, Efrain Cruz, ressaltou que houve disputa em todos os lotes, com todos recebendo lances de muitos proponentes. Muitos players tradicionais do setor como Engie, EDP, Cemig GT, Copel GT, Cteep e Zopone participaram da disputa e deram lances, mas não lograram êxito.
O lote 1, vencido pela Taesa, foi o mais disputado no certame. A RAP máxima era de R$ 248,6 milhões. Foram 11 propostas diferentes, mas Copel GT, com R$ 135 milhões e Taesa, com R$ 134 milhões, foram à fase seguinte na disputa, devido a proximidade das ofertas. Após quatro rodadas no viva-voz, a Taesa deu o lance de R$ 129,9 milhões, levando a um deságio de 47,76% e ficou com o lote que vai atender a região metropolitana de Curitiba (PR). A obra deve gerar 3.500 empregos em 60 meses, com investimentos de R$ 1,75 bilhão.
O lote seguinte, que foi vencido pela Sterlite Brazil, também teve disputa no viva-voz e muitos interessados, como MEZ, Rialma, Consórcio Lobo Guará, Neoenergia e Lux Luz. Com lances de R$ 7,4 milhões, R$ 7,6 iilhões e R$ 7,8 milhões, respectivamente Sterlite, Lux Luz e Lobo Guará foram ao viva-voz. Na disputa, a Sterlite arrematou por R$ 7,093 milhões e deságio de 66,9%, ante uma RAP máxima de R$ 20,9 milhões. O lote é formado pela SE 500 kV Olindina II – transformação – 500/230 kV – (3+1Res) x 150 MVA e respectivas conexões, que vai expandir a transmissão do Nordeste Baiano. A entrega da subestação tem previsão de 36 meses, com estimativa de criação de 507 empregos, Os investimentos devem girar em torno de R$ 152,1 milhões.
Não houve disputa no viva-voz pelo lote 3, mas Cobra Brasil, Consórcio Lobo Guará, EDP e Olympus XI tentaram levar o empreendimento, que também fica na Bahia. O lance vencedor de R$ 17,1 milhões da Rialma frente a uma RAP máxima de R$ 23,7 milhões trouxe um deságio de 27,83%. As LTs 230 kV Rio das Éguas – Rio Grande II, C1, com 147 km e pela LT 230 kV Barreiras II – Barreiras, C3, com 18,5 km. ficam na Bahia e servirão para fornecimento de energia elétrica para a região oeste do estado. A construção deve levar 42 meses e prevê gerar 487 empregos diretos, com investimentos de R$ 170,6 milhões.
O lote 4, em Minas Gerais, teve a Neoenergia como vencedora e também foi bastante disputado. Assim como no lote 1, onze proponentes se interessaram pelo empreendimento. O lance vencedor de R$ 37,1 milhões correspondeu a um deságio de 58,63% frente a RAP máxima de R$ 89,6 milhões. Mas antes do lance final, a Cemig GT, com lance de 40,3 milhões, foi ao viva-voz junto com a Neoenergia. Em duas rodadas de lance a lance, a Neoenergia conseguiu a vitória. Localizado em Minas Gerais e com investimentos de R$ 660,9 milhões, o empreendimento é formado pela SE 500 kV Estreito, com três Compensadores Síncronos de -300/+300 Mvar, que traz maior confiabilidade e flexibilidade operativa em cenários críticos de alta importação pelo Sudeste, além de garantir o controle do sistema de tensão em São Paulo. A construção vai durar 42 meses e gerar 1.652 empregos diretos.
O último projeto em disputa foi arrematado pela Energisa. O lote 5 é uma solução estrutural para atendimento elétrico à região de Macapá. No ano passado, após uma grave ocorrência na subestação que conectava a capital e a maior parte do estado ao SIN, a região ficou mais de 20 dias sem energia. A Energisa deu lance de R$ 11,3 milhões e um deságio de 48,68%. Foram oito propostas ofertadas por players como Zopone, Cymi, Taesa e EDP. A Receita Anual Permitida Máxima era de R$ 22.018.023,41. O lote vai demandar investimentos de R$ 161,6 milhões. As obras devem durar 42 meses, criando 461 empregos diretos.