Pelo terceiro ano consecutivo, a Itaipu Binacional vai bater o recorde de produtividade. A usina hidrelétrica deve fechar 2021 com a marca de 1,098 MW produzido a cada metro cúbico por segundo de água (MWméd/m³/s), a maior produtividade em 37 anos de operação. O valor é maior que a marca de 2020 (1,087 MWméd/m³/s) e de 2019 (1,079 MWméd/m³/s). O mês de maior produtividade foi julho, com 1,1221 MWméd/m³/s.
De acordo com a Binacional, para entender a produtividade e sua relação com as baixas afluências, um bom exemplo é o consumo de combustível de um carro. Quando a intenção é economizar combustível, é necessário dirigir o carro em uma rotação do motor ideal, nem alta e nem baixa. O mesmo ocorre na unidade geradora: quando ela está no melhor ponto de operação, a produção de energia será tal que o consumo de água será o menor possível. E este é o objetivo nos períodos de baixas afluências, fazer mais com menos, como destacou o diretor.
A alta produtividade foi essencial em um ano hidrológico crítico como 2021. A afluência média, ou seja, a quantidade de água que chega no reservatório e que será usada para produção de energia foi de 6.956 m³/s, a pior do histórico desde 1983, correspondendo a 61% da média observada no período.
Com a escassez hídrica, a geração de energia também foi abaixo da média, esperando-se uma produção da ordem de 66,5 milhões de MWh, ou 74% da média anual dos 25 anos anteriores. Ainda assim, essa energia é maior do que um dia do consumo mundial de eletricidade e o suficiente para abastecer o Brasil por um mês e doze dias, o Paraguai por quase quatro anos, o estado do Paraná por dois anos ou o consumo anual de 114 cidades do porte de Foz do Iguaçu.