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No seu primeiro ano de atuação, a comercializadora das Casa dos Ventos comemora os resultados obtidos em 2021. A média mensal aferida em novembro ficou em 1,3 GW med negociados. Itamar Lessa, diretor de Comercialização da Casa dos Ventos, destaca o crescimento acelerado da divisão no período. De acordo com ele, a empresa está dois anos à frente do plano original. No início das atividades o time era composto por oito colaboradores, que agora já são 15 pessoas em tempo integral. “Estamos consolidando um negócio que nasceu e foi mais rápido do que o planejando”, explica.
Lessa conta que a comercializadora foi concebida sob três pilares: o da catalisação da venda do megawatt/hora do portfólio da Casa dos Ventos, o do trading próprio e o do atendimento ao consumidor que precisa de uma energia diferente da produzida pela geradora. “É preciso fazer uma gestão de portfólio, fazer determinadas compras e vendas para transformar a energia do vento na energia que o consumidor precisa”, avisa. No primeiro ano, a atuação ficou direcionada ao atacado e os principais parceiros foram geradoras e comercializadoras.
No fim de junho, a Casa dos Ventos assinou contrato de 15 anos para compra e venda de energia com a Energisa Comercializadora, prevendo a partir de 2023 o fornecimento da produção referente à primeira fase do Complexo Eólico Rio do Vento. Em julho, a comercializadora fez seu primeiro leilão de compra e venda de energia convencional e incentivada. No mês seguinte, acertou com a Copel Comercializadora contratos para compra e venda de energia que somaram 137 MW med de energia renovável.
O diretor conta que a busca foi por oferecer o DNA da Casa dos Ventos na comercializadora, levando produtos personalizados para os seus parceiros. “A gente gosta de estar no mercado e mais ainda de avaliar e criar produtos novos. Quando tem um consumidor com um produto específico nós nos mobilizamos para atender”, aponta. O êxito com o produto de swap energético, que aproveita a sazonalidade da eólica nos períodos secos para fornecer hedge às geradoras hídricas, deve culminar em um novo produto flexível ao GSF. Segundo Lessa, há uma complementaridade física que permite a venda de um tipo de seguro basicamente em alguns meses do ano para o gerador hidrelétrico.
Há clientes que precisam estar descontratados em determinadas épocas do ano ou mesmo preocupados com a economia do ano que vem, em que a produção pode registrar retração.
Lessa aposta em um aumento do número de migrações, por conta de fatores como a continuidade do despacho térmico, a conta-covid e o aumento no Encargo de Serviços do Sistema. “A expectativa de migração é muito mais forte do que aconteceu em 2021, talvez a gente enxergue um patamar de 2016 em termos de migração”, avisa. Para 2022, o chamado ‘atacarejo’ será um dos focos. Os clientes abaixo de 1 MW med entram no radar da Casa dos Ventos. Uma estratégia de digitalização também está nos planos. “Vamos refinar a nossa estratégia digital para o varejo”, promete.
Apesar do robusto volume médio negociado, a meta continua sendo atender as necessidades dos clientes, gerando resultados para os parceiros e não apenas girando volume de negociações. O fortalecimento com os clientes continua, com a intenção de aumentar a relevância dos produtos customizados, que hoje está em 15%.
Uma intenção de Lessa é o fortalecimento da área regulatória, por se identificar uma série de espaços de melhoria que o regulador ainda pode atuar por conta de distorções do mercado. “Com o aumento do mercado livre, a cobrança da regulação vai ser outra. As regras do jogo vão exigir mais transparência e eficiência possíveis”, adverte. Outro aspecto que o diretor ressalta é o investimento da Casa dos Ventos em Pesquisa & Desenvolvimento. Com recursos próprios, estão sendo investidos R$ 1 milhão no aprimoramento da previsão dos ventos e das condições meteorológicas.