O consumo de energia elétrica atingiu 41.940 GWh em novembro, maior valor para o mês em toda a série histórica da Resenha Mensal da EPE, que acontece desde 2004. O consumo avançou 1,4% em comparação com mesmo período de 2020, revertendo a retração apresentada em outubro. No acumulado em 12 meses a demanda totalizou 499.361 GWh, crescendo 5,3% em relação ao período anterior.

Comércio e indústria tiveram um bom desempenho e puxaram a expansão com altas de 5,3% e 3,9% e registrando 7.549 GWh e 15.357 GWh. Na indústria oito dos dez segmentos mais eletrointensivos evoluíram no índice, com metalurgia, produtos alimentícios e extração de minerais metálicos puxando o resultado, seguido por produtos químicos e Papel e Celulose.

O aumento no volume das exportações de carnes de aves, veículos para transporte de mercadorias, celulose e siderurgia explicam parte do desempenho, segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex) do Ministério da Economia.

Paradas programadas e não programadas em alguns grandes consumidores industriais durante o mês de novembro também contribuíram, sobretudo os setores de produtos químico, limitando a expansão do consumo no mês; e papel e celulose, que comprou mais energia do sistema interligado.

À exceção do Sul em estabilidade, todas as regiões geográficas apresentaram crescimento do consumo industrial, com destaque para Nordeste, com 8,2% e Norte, com 8%. Entre os estados, Alagoas ainda se destaca com a maior taxa, de 34,4%, devido ao efeito base baixa no setor químico.

No ramo comercial destacaram-se o setor de vendas do varejo, impulsionado pela black friday durante o mês, e o de serviços prestados às famílias, em especial alojamento e alimentação. O avanço da vacinação contra Covid também é um ponto positivo.

Entre as regiões o Nordeste liderou o consumo no mês, com 12,2%, seguido pelo Sul, que avançou 7,6%. Entre as Unidades da Federação, as maiores taxas ficaram no Amapá, com 33,1%, Bahia, 20,5%,  Rio Grande do Norte, 19,8% e Rio Grande do Sul, com 18,1%. Por outro lado, Rondônia, Mato Grosso, Acre, Rio de Janeiro e Mato Grosso do Sul foram os únicos estados com retração, apresentando 8,3%, 7,1%, 6,6, 4,1% e 1,1% respectivamente.

Temperaturas amenas e chuvas fazem consumo residencial diminuir

Na classe residencial a demanda por eletricidade caiu 3,1% em novembro, registrando 12.386 GWh. As regiões Sudeste, Nordeste e Centro-Oeste foram afetadas por temperaturas mais amenas e maior volume de chuvas, explicando parte da queda. O Programa de Incentivo à Redução Voluntária do governo federal e a adoção da Bandeira Tarifária Escassez Hídrica, em vigor desde setembro, também podem ter influenciado no resultado, aponta a EPE.

A região Centro-Oeste foi a que apresentou a maior retração, com 6,6%, seguida do Sudeste, com 5,4%. Nordeste e Sul ficaram praticamente estáveis. Porém, se for considerado o ajuste pelo ciclo de faturamento das distribuidoras da região, o consumo teria sido ligeiramente positivo no Sul. Já o Norte do país viu o consumo na classe subir 3,6%.

Na análise regional Mato Grosso e Rio de Janeiro puxam a retração, com 16,6% e 10,4%.  Já as maiores taxas de expansão ficaram em Roraima, 23,9% e no Amapá, 22,6%, este último tendo ficado sob o efeito base baixa em função do apagão ocorrido novembro do ano passado.

Quanto ao ambiente de contratação, o mercado livre apresentou alta de 8,2% no consumo no mês, enquanto o consumo cativo das distribuidoras diminuiu 2,5%. Veja o documento completo da EPE neste link.