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O mundo esteve reunido em novembro de 2021 para discutir as mudanças climáticas após um ano de atraso por conta da pandemia de covid-19. Ao longo de 2020 e do ano passado viu-se uma verdadeira mudança de posicionamentos paradoxalmente opostos. Nessa gama de acontecimentos estão incluídos a saída dos Estados Unidos do Acordo de Paris, depois a reviravolta com anúncios de grandes fundos reafirmando sua meta de investir em projetos renováveis e desincentivar fontes mais sujas, colocando o ESG sob os holofotes. E mais recentemente, na COP 26, incertezas e confusão. Grupos de ativistas e cientistas afirmando que os efeitos das mudanças climáticas estão sendo sentidas e no lado politico de que essa ação de fundos não passaria do que se chamou de ‘greenwashing’, ou algo que significaria, entre outras interpretações, o ato de camuflar os impactos de uma empresa ao meio ambiente.

Com esses fatores em mãos a PSR analisou o momento em sua mais recente edição do Energy Report, de dezembro de 2021. Para a consultoria, não é possível afirmar que qualquer um dos extremos esteja com toda a razão. Apesar do visível aumento da temperatura média do planeta, há sinais positivos como o fato de que as emissões não aumentam há 10 anos e de que o número de mortes devido a eventos climáticos extremos vem se reduzindo. A consultoria cita estudos do The Global Carbon Project e cita um artigo publicado na Wired pela pesquisadora chefe do Our World of Data, Hanna Ritchie.

Segundo dados compilados pela consultoria, uma estimativa realista ao aumento da temperatura estaria na casa de 2,7 graus Celsius até 2100, diferente do cenário alto do IPCC. Essa perspectiva vem em decorrência do aumento de fontes renováveis e outros fatores, citou a PSR em sua publicação.

“Este aumento é compatível com o cenário de emissões intermediárias do IPCC, que projeta um aquecimento entre 2,1 e 3,5° C. Se formos mais otimistas, assumindo que as nações cumprirão suas promessas de emissões no acordo de Paris, incluindo os novos compromissos da COP de Glasgow, o número cai para 2,4° C. E se todos os países atingirem suas metas de emissões net zero por volta de 2050, ela cairá para 1,8 ° C”, aponta no Energy Report.

E continua ao afirmar que, mesmo com a elevação menor do que a pior projeção do IPCC, a um nível de 3 graus celsius, esse nível traz muitos problemas graves como exterminar os recifes de coral, afundar grandes partes de nossas cidades costeiras e ilhas baixas e sujeitar milhões de pessoas a riscos muito maiores de ondas de calor extremas, secas, fomes e inundações. Por outro lado, destaca que o mundo não irá acabar por conta desse aumento médio da temperatura. E ainda, que “um mundo 3° C mais quente é um lugar muito mais habitável do que um a 5° C mais quente, e um ponto de partida muito mais promissor para chegarmos a 2° C”, acrescenta, lembrando que é notável que o mundo tenha progredido quanto a esse assunto mesmo sem políticas climáticas em muitas nações e a polarização dessa discussão.

Apesar disso, a PSR deixa claro que é preciso continuar a transição para um mundo com menos emissões. Um dos caminhos é reduzir os gases emitidos à atmosfera a partir da geração de combustíveis fósseis, substituir veículos a combustão, bem como mudar a forma de produção de bens diversos. Contudo, essa mudança não deve ser feita de forma a prejudicar a infraestrutura que mantém a economia global e nem sacrificar nações mais pobres relegando-as a essa condição tanto do ponto de vista econômico quanto energético. A ponderação entre as formas de lidar com o problema é o caminho a ser seguido.

“É uma fantasia cruel e perigosa que iremos parar a mudança climática forçando as pessoas a viverem vidas empobrecidas, renunciando a alimentos, remédios, aquecimento ou ar-condicionado em um mundo cada vez mais errático e ameaçador”, avalia a PSR.

E para o Brasil, a PSR conclui ao afirma que o país tem grandes oportunidades para desenvolver um amplo leque de tecnologias e serviços que alinham benefícios econômicos, sociais e ambientais. Bem como, buscar o equilíbrio entre estar aberto aos desenvolvimentos tecnológicos externos e não se impressionar com o dispositivos e soluções adotados em países com outra situação econômica e diferentes recursos dos que dispomos.