A carga do SIN verificada em novembro apresentou variação positiva de 0,9% quando comparada ao mesmo mês do ano anterior. Com relação a outubro a variação foi de 2,3%. No acumulado dos últimos 12 meses, houve crescimento de 4,5% em relação ao mesmo período anterior. A carga ajustada apresenta elevação no mês de 0,4% ante novembro de 2020.
Segundo o Boletim de Carga Mensal do Operador Nacional do Sistema Elétrico, a ocorrência de temperaturas elevadas associadas a ausência de chuvas em São Paulo, Mato Grosso do Sul e Rio Grande do Sul contribuíram positivamente para o resultado da carga com 0,5 ponto porcentual.
Em sua publicação mensal o ONS aponta que a mudança na trajetória de recuperação da indústria, em decorrência das interrupções prolongadas na cadeia de suprimentos, pressões intensas sobre os preços, incerteza do mercado e aumento das taxas de juros têm provocado a deterioração no desempenho do setor. E ainda, de acordo com pesquisa da FGV, há uma retração da confiança que ocorre em momento de avanço da inflação, reduzindo a capacidade de compra dos consumidores, ao mesmo tempo em que o desemprego continua elevado.
“Soma-se a esses pontos choques de custos e gargalos de logística. Esses fatores já estão se refletindo no desempenho da carga. Com comportamento inverso, a recuperação observada no setor serviços especialmente aqueles prestados às famílias em decorrência do avanço do processo de reabertura econômica devido ao crescimento da cobertura vacinal e da redução do número de casos de COVID-19, vem compensando esses efeitos de uma forma positiva”, destacou o órgão.
Subsistemas
No Sudeste/Centro-Oeste a carga de energia verificada em novembro apresentou uma variação negativa de 0,3% em relação ao verificado no mesmo mês do ano anterior. Com relação a outubro houve aumento de 2,4%. No acumulado dos últimos 12 meses o subsistema apresentou alta de 3,8%.
O Operador lembra que por deter cerca de 60% do consumo industrial do país, a carga do subsistema Sudeste/Centro-Oeste é muito influenciada pelo desempenho desse setor. Os dados de novembro indicaram uma deterioração à medida que as empresas reduziram os volumes de produção em linha com um declínio acentuado nas vendas. Além disso, as interrupções prolongadas na cadeia de suprimentos, pressões intensas sobre os preços, incerteza do mercado e aumento das taxas de juros explicam o comportamento.
No subsistema Sul as temperaturas registradas em Porto Alegre, associadas ao baixo total de precipitação observado na capital do RS, fato que colabora para o acionamento da carga voltada para irrigação, justifica em parte a taxa de crescimento observada no mês de novembro. Na região houve variação positiva de 0,9% em relação à carga do mesmo mês do ano anterior. Com relação ao mês de outubro a carga aumentou 7,2%. No acumulado dos últimos 12 meses o subsistema Sul apresentou expansão de 4,1% em relação ao mesmo período anterior.
Já no Nordeste houve alta de 2,5% em relação à carga de novembro de 2020. Com relação a outubro verifica-se uma variação negativa de 1,2%. No acumulado dos últimos 12 meses a variação ficou positiva em 6,1%. De acordo com o boletim do ONS, a taxa de crescimento foi influenciada, principalmente, pelo clima seco e ocorrência de temperaturas acima da média histórica.
Por fim, o subsistema Norte apresentou a maior taxa de expansão no mês com alta de 5,5%, na carga de energia verificada. Com relação a outubro, contudo, verifica-se queda de 1,3%. No acumulado dos últimos 12 meses, o Norte apresentou a maior elevação também, mas dessa vez com 7,6%. O desempenho da carga dos consumidores livres da rede básica, que representam cerca de 40% da carga do subsistema, e a melhora dos setores de serviço, são apontados como os segmentos que têm contribuído para a variação da carga desse subsistema. Além disso, descreve, foram observadas a ocorrência de chuvas e temperaturas elevadas ao longo do mês.