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O ano de 2022 deverá ser marcado como o de forte expansão em termos de energização de projetos para a Quantum Participações, empresa de transmissão do grupo Brookfield no Brasil. A companhia conta com 2.383 quilômetros em ativos operacionais, até o início de 2023 esse volume deverá chegar a até 5.300 km de acordo com o modelo de negócios adotado pela empresa, formada em 2017 e controlada em sua totalidade pela subsidiária local da organização canadense.
O CEO da Quantum, Gabriel López, destacou em entrevista à Agência CanalEnergia que a companhia tem um acordo com a espanhola ACS, que atua aqui por meio da Cobra e da Cymi. O modelo prevê a participação de 50% do capital de ativos que julgam ser interessantes. Quando estes entram em operação, adquire os 50% restantes. Foi assim que ocorreu, mais recentemente, com dois projetos no Nordeste, as SPEs Giovanni Sanguinetti e Veredas Transmissora.
Sob o controle total da Quantum estão pouco mais de metade dos projetos que deverão compor seu portfolio até o final do primeiro trimestre de 2023. Nesse período está prevista a energização de todos os trechos dentro da parceria até o momento. Com os 2.383 km atuais a RAP da companhia é de R$ 677 milhões e poderá chegar a R$ 1,9 bilhão ao consolidar os demais ativos, contou o executivo.
O investimento feito até agora soma R$ 9 bilhões e chegará a R$ 10,9 bilhões até que os demais empreendimentos fiquem totalmente prontos, como citado, para daqui a cerca de 12 meses. A expectativa é de que uma parcela de cerca de 70% já esteja nessa condição nos próximos dois meses e outro na ordem de 30% até o final do ano, ficando apenas uma parte remanescente para 2023.
Apesar da proximidade com a finalização dos projetos e a perspectiva de estar aberta a novos ativos, a maior atividade da empresa não estará nem em leilões ou no mercado secundário. Mas sim, nas perspectivas de reforços e melhorias possibilitando um crescimento orgânico da Quantum.
“Nosso foco está no Nordeste, que vem apresentando forte crescimento com a expansão das renováveis solar e eólica”, afirmou. “Mas não temos preferência por geografia específica, vamos avaliar as oportunidades em outros estados e também no mercado secundário de transmissão, mas olhamos mais para as perspectivas de reforços e melhorias autorizados pela Aneel do que leilões, os deságios estão muito elevados o que pressiona a disciplina financeira e o retorno do investimento”, acrescentou López.
Atualmente a Quantum tem presença mais expressiva em sete estados e um trecho de passagem no nordeste de Goiás. São nove concessões com 20 subestações próprias e outras 31 onde tem acesso, e ainda, cerca de 10,9 mil torres. A sede está na cidade de São Paulo e há o centro de operações em Juazeiro (BA).
Esse plano, destacou López, tem como base as projeções de crescimento das fontes eólica e solar no NE, que deverão ser as condutoras da expansão da geração do país. Com isso, a região é considerada estratégica no segmento de transmissão, mesmo para projetos que já estão operacionais. A Quantum, inclusive, já tem a autorização para implantar investimentos de reforços que somam cerca de R$ 300 milhões e que resultam em RAP adicional de R$ 36 milhões ao ano.
“Esperamos mais reforços adicionais, prevemos que, com base nas projeções da EPE, que deveremos ter novos projetos no pipeline para reforço na capacidade de transmissão”, disse o CEO da Quantum.
O plano de crescimento apontado deriva ainda do fato de que a empresa não participa de forma direta dos leilões de transmissão da Aneel. As parceiras Cobra e Cymi são as responsáveis pela atuação. Somente após a proposta sair vencedora que a empresa tem a opção de entrar – ou não – na sociedade.
(Nota da Redação: reportagem alterada em 10 de janeiro de 2022, às 12h13 para ajustes no nome da empresa e do CEO da Quantum)