O Banco Inter elevou o preço alvo das ações da Equatorial Energia de R$ 22,59, preço de referência da análise na B3 em 13 de janeiro, para R$ 28 por ação ao final desse ano. Esse valor representa um potencial de alta de 23,9% ao longo de 2022. Em relatório, a instituição avalia que fatores como capacidade de geração de resultados, prazo das concessões, preço, nível de custos, dívidas e outros itens, como desconto dos custos da holding levaram a esse que visto como o valor justo dos papeis da empresa.

O banco ressalta a gestão de custos da companhia que vem entregando Ebitda recorrente mais elevado que o regulatório. E aponta que “o modelo de negócios da empresa vem se provando ao longo do tempo, e a evolução do EBITDA repercute diretamente na geração de caixa operacional e total da companhia, bem como em sua lucratividade, seus indicadores de retorno e, é claro, seu valor de mercado”.

Sobre a entrada da Equatorial no segmento de transmissão, o Inter avalia que o “timing foi excelente”. Um dos pontos citados é que entre 2016-17 foram arrematados oito lotes, todos já com geração de caixa. Em conjunto, continua, a RAP para 2022 deve ser próxima a R$ 1,2 bi, com uma margem Ebitda de 90% e taxa de desconto de 8,6%. “Levando em consideração cada um dos lotes, chegamos a um valor justo para o braço de transmissão de R$ 5,8/ação”, aponta.

Em relação às aquisições de 2021, diz o Inter, a questão que fica é se a empresa será capaz de entregar o bom retorno como fez com seus outros ativos.

Na CEEE-D, cita entre outros pontos, a dívida de R$ 4,1 bilhões da concessionária gaúcha traz oportunidade de reperfilamento desse passivo, trocando as dívidas atuais com altas taxas de juros por algo mais próximo às taxas praticadas pela Equatorial. Outro ponto que pode ser aproveitado é a eficiência, uma vez que os custos regulatórios da CEEE-D estão acima da métrica estabelecida pela Aneel.

Já na distribuidora amapaense, o valor que a Equatorial pode extrair acaba sendo mais limitado, apesar das oportunidades em frentes como o PMSO (que é elevado), o nível de perdas, crescimento da base de ativos, entre outros fatores. A dívida da CEA é um dos pontos, assim como na CEEE-D que pode ajudar a impulsionar os indicadores da Equatorial. A instituição incluiu ainda a aquisição da divisão de saneamento nesse mesmo estado, considerando a união entre essas duas utilities como “movimento estratégico”, pois podem gerar sinergias.

Para terminar ainda avaliou a aquisição da Echoenergia, a maior aquisição realizada pela Equatorial. O valor total por 100% do controle é de quase R$ 9,6 bi, dos quais R$ 3 bi se referem a dívidas. “Acreditamos que a compra da Echoenergia vai além da própria geradora, devendo fomentar o braço de comercialização da Equatorial, fazendo com que a empresa se torne ativa no mercado, possibilitando vender seu portfolio sempre por um preço mais elevado”, afirmou o Inter no seu relatório.

Apesar dessa avaliação, acredita que o valor pago foi elevado. E isso reflete-se na avaliação desse portfolio na holding. Ao considerar somente os ativos operacionais ou que estão em construção de forma individual, aponta que, a um preço de R$ 180 MWh de longo prazo, uma taxa de desconto de 8,68% e um Entreprise Value de quase R$ 10 bi, o valor justo que encontra para a empresa é de R$ 0,1/ação.

“Entendemos que a base de ativos da empresa cresceu, a cultura da empresa será empregada nos novos empreendimentos e esperamos que continue entregando valor ao acionista, como foi nos últimos 15 anos”, finaliza o Inter.