O consumo de energia elétrica no Brasil em dezembro do ano passado foi de 65.346 MW med, segundo dados prévios da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica. O volume representa uma retração de 1,3% em relação ao mesmo período de 2020. O declínio foi puxado pela redução de 4,7% no mercado regulado, onde estão os consumidores de menor porte, como residências e pequenos comércios. No mercado livre, que abastece indústrias e grandes empresas, houve alta de 6,1% na comparação anual.

No monitoramento, a CCEE também considera fatores que podem influenciar esses dados. Um deles é a migração entre os dois ambientes, livre e regulado. Se desconsiderarmos os consumidores que se deslocaram entre esses mercados nos últimos 12 meses, o ACR teria uma redução de 2,7%, enquanto o ACL teria crescido 1,8%. Outro fator que pode reduzir o consumo do mercado regulado é o uso de painéis fotovoltaicos instalados em empreendimentos comerciais ou residenciais, conhecidos como Geração Distribuída. Nesse caso, quem produz sua própria energia deixa de demandar parte de sua necessidade energética da rede. Se não houvesse esse tipo de sistema, o ambiente teria apresentado redução menor, de 3,4%.

Na avaliação regional, o Paraná foi o estado com a maior alta no consumo de energia, de 7%. Em seguida, Pará, Roraima e Sergipe registraram crescimento de 4%. Na outra extremidade do ranking, ficaram o Rio de Janeiro, com recuo de 8%, e o Espírito Santo, que apresentou retração de 6%.

Em dezembro as hidrelétricas entregaram 4,2% mais energia em relação ao mesmo período de 2020, resultado das chuvas registradas no fim do ano passado. Com cenário hidrológico mais positivo, a participação das termelétricas na geração reduziu em 16,5%. Os parques eólicos produziram 3,1% mais eletricidade e as usinas solares aumentaram o volume produzido em 58%.