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A agência de classificação de risco Fitch Ratings avalia que mesmo no longo prazo o GSF não deverá voltar a 100%. A perspectiva é de que o índice fique em 0,8 em 2022, para 2023 melhore e alcance 0,85 e de 2024 para frente em 0,9. Com isso, a perspectiva é de que as geradoras mais expostas à fonte hídrica deixem de realizar receita por conta da necessidade de proteger-se contra esse déficit.
De acordo com o analista Wellington Senter, um GSF de 0,8 representa 20% de receita potencial que se deixa de ter quando comparado à garantia física da companhia. No caso da Eletrobras, lembra ele, esse volume chega a cerca de 1,5 GW. Na Engie 600 MW e na AES Brasil 300 MW.
“Em nossa análise nenhuma das três geradoras estão com nível de contratação adequado ao GSF e não precisam recorrer ao mercado para recompor lastro”, comentou Senter em evento da Fitch Ratings sobre a América Latina. “Nesse momento vemos apenas a Cemig e a Aliança Energia com necessidade de comprar energia para fazer frente ao GSF”, acrescentou.
Apesar dessa análise, ele aponta que a cada 100 MW médios que as empresas deixam de negociar, são R$ 150 milhões em receita não realizada. Segundo ele, os volumes são altos em um cenário hídrico e de GSF não normalizado. Inclusive, ele destacou que é pouco provável que o fator volte a 1 diante de fenômenos climáticos afetando chuvas como temos visto nos últimos anos. Além disso, lembra que a expansão do setor elétrico nacional tem sido baseado nas fontes eólica e solar, impactando o nível de GSF do MRE.
Para este ano a previsão é de que o cenário seja melhor do que foi 2021 com preços menores diante da retomada das chuvas no país. O PLD médio deverá ficar em R$ 190 por MWh na média, contra os R$ 274 de 2021.
Distribuição
Sobre a operação financeira para as distribuidoras, o analista aponta que em junho, antes do auge da crise hídrica, o descasamento entre as receitas das bandeiras e os custos da geração não era desprezível, estava em R$ 3 bilhões. Essa situação agravou-se e aumentou em R$ 10 bilhões no terceiro trimestre apenas.
Com a injeção de liquidez que o empréstimo proporcionará às distribuidoras, os reajustes deverão ficar na casa de 10% esse ano. Só que o montante da operação e o timing dessa operação ainda estão indefinidos. Essas duas questões são importantes e a falta desses dados traz preocupação.
No caso a caso, continuou Senter, a maioria dos grupos estava com situação de caixa classificado por ele como razoável ao considerar o descasamento de caixa comparado à dívida de curto prazo. E que na análise feita três grupos estão com a situação mais pressionada na avaliação da Fitch, Enel, Neoenergia e a EDP. Mas lembrou que são empresas triple A e que precisarão “rolar dívida de curto prazo”.
“Na nossa visão há a necessidade urgente dessa operação financeira para que as empresas possam sanar esses descasamentos, mas não há risco de liquidez sistêmica no segmento de distribuição de energia no Brasil”, finalizou.