Na semana em que funcionários da Eletrobras iniciaram greve por tempo indeterminado, o Ministério da Economia divulgou uma versão atualizada do relatório de benefícios de 46 estatais sob controle direto da União com dados de remuneração, assistência à saúde, previdência complementar e outros itens negociados em acordos salariais. Juntas, essas empresas tem 453,9 mil empregados, dos quais 12.952 estão vinculados à elétrica.

A paralisação na holding e em algumas subsidiárias do grupo foi motivada, entre outras coisas, pela alteração no custo do plano de saúde, como mostrou a Agência CanalEnergia. O movimento iniciado na segunda-feira, 17 de janeiro, ganhou novas adesões no decorrer da semana, com uma pauta que inclui outras reivindicações.

No caso da Eletrobras, o documento consolida informações de gastos com assistência à saúde na empresa e suas controladas Amazonas GT, Brasil Ventos, Chesf, CGT Eletrosul, Eletronorte, Eletronuclear, Furnas e TGO. Mostra que a despesa anual da estatal com o custeio de benefícios nas modalidades Autogestão por Operadora (AGO), Plano de Saúde Contratado no Mercado (PSCM) e Reembolso é de R$ 399,19 milhões.

Em média, segundo o relatório, o custo é de R$ 2.304,21 por titular de R$ 759,10 por beneficiário dessas modalidades, que atingem 43,8 mil pessoas, incluindo dependentes.

Há também dados sobre remuneração dos empregados, na média de R$ 13.911,00, com o menor salário em R$ 1.993,00 e o maior em R$ 93.068,00. E informações sobre beneficios resultantes de negociações salariais, caso de adicionais e auxílios alimentação/refeição, creche e pré-escola e educação (até 17 anos).

A estatal patrocina dois planos de previdência complementar administrados pela Fundação Eletros, que fecharam 2020 com déficit técnico acumulado na casa dos R$ 160 milhões, de acordo com o documento.

A Secretaria de Coordenação e Governança das Empresas Estatais, responsável pelo relatório, afirma que o objetivo da divulgação dos dados é ampliar a transparência sobre informações das políticas de pessoal e que o levantamento “dá luz aos benefícios previstos em acordos e convenções trabalhistas.”

Em nota, o ministério destaca que é possível identificar na publicação estatal que paga mais de R$ 2 mil de auxílio-alimentação ou cesta alimentação aos funcionários, a que tem remuneração média de R$ 34 mil e o maior salário individual de R$ 145 mil, além de empresa com gasto médio por pessoa com benefícios à saúde superior a R$ 1,4 mil.