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Com forte atuação na área de saneamento, a GEL Engenharia na última década também vem se destacando no setor elétrico. A construtora, que já atuou em empreendimentos como os complexos eólicos Alto Sertão II; Gameleiras e Assuruá, conseguiu seu primeiro contrato para a construção de uma PCH de 27 MW na cidade de Guarapuava (PR). Nilton de Paiva Cardoso Júnior, CEO da GEL, se mostra animado com o setor eólico. Atualmente, a GEL está com quatro eólicas em construção: duas na Bahia e outras duas no Piauí. “Hoje nós estamos batendo a casa do 1,6 GW de parques construídos ou em construção de eólica. Estamos otimistas, temos vários orçamentos colocados e esperamos que consigamos sucesso em alguns deles”, explica. Infraestrutura, Óleo e Gás, Construção Civil e Mineração são as outras áreas de atuação da GEL.

A meta é ter aumento de até 50% na receita total em 2022, ficando próxima dos R$ 600 milhões. Segundo o executivo, entrar no segmento de PCHs era um desejo antigo da empresa. A usina em construção deve entrar em operação no ano que vem. Há negociações com cinco empreendimentos, localizados nos estados do Mato Grosso e no próprio Paraná. “Nós achamos que esse é um mercado que pode ter um futuro de curto prazo bastante promissor aqui para empresa”, avisa.

Com a atuação no segmento eólico já consolidada, Cardoso Júnior também mira na fonte solar para ser o próximo ramo de atuação da construtora no setor elétrico. Segundo o CEO da construtora, ainda não há contratos fechados, mas clientes eólicos que atuam na fonte em solar já convidaram a empresa para tomada de preços. A GEL atua nas fases de terraplenagem, pavimentação, drenagem, fundações, aterramento e grouteamento.

O CEO da GEL conta que a construção de projetos eólicos demanda desafios, em especial na parte logística. Muitos empreendimentos ficam localizados em cidades pequenas de difícil acesso e o abastecimento dos insumos da obra como cimento, aço e concreto durante a construção fica mais complexo. Também há a necessidade de trazer mão de obra de fora dessas cidades pequenas para a execução dos parques, bem como a instalação de alojamentos e centrais de concreto ou mesmo oficinas mecânicas para manutenção dos equipamentos.

Outro ponto que ele destaca é que a água – necessária para grandes volumes de terraplanagem – é escassa no Nordeste, local da maioria das usinas eólicas. “É um fator de dificuldade muito grande nesses locais, pela sua escassez”, comenta. Os prazos também são desafiadores, uma vez que a construção das plataformas das bases e de vias permanentes demandam prazos curtos e após a disponibilização dos aerogeradores, vem a pressão para que seja logo conectados e iniciem a geração o mais rápido possível. “A logística, o prazo e as condições locais são os maiores desafios que a gente encontra”, avalia.

Ainda no setor elétrico, a transmissão é outro ponto de atuação. A GEL já implantou cerca de 170 quilômetros de LTs e outros 155 quilômetros em redes de média de tensão, mas sempre ligados a eólicas que ela construía. Apesar de considerar que a empresa ainda não tem estofo para disputar o mercado dos leilões de LTs, o executivo revelou contatos iniciais com investidores e concessionários que disputam os certames. “Temos orçado alguma coisa, mas com muito cuidado porque ainda não é um segmento que a gente domina totalmente”, aponta.

No saneamento, o outro ramo de atuação em que empresa tem atuação destacada, a expectativa é que o mercado esteja bastante aquecido em 2022 e em 2023 A GEL assinou em dezembro contrato para obras com uma das vencedoras do leilão da Cedae (RJ), privatizada no ano passado.