A combinação de altas temperaturas, escassez de chuvas e falta de conscientização, levaram prejuízos à região Oeste do Paraná. Com isso, a Brigada Florestal da Itaipu atendeu, de 1º a 28 de janeiro, a nove ocorrências de incêndio nas áreas protegidas da usina, situação totalmente atípica para o mês de janeiro.

De acordo com Itaipu, no mesmo período, em 2021, não houve nenhuma ocorrência. Ao longo de todo o ano, foram 38. O cenário meteorológico de escassez de chuvas e a recente onda de calor fragilizam a vegetação e elevam os riscos de incêndios florestais. Mas são os descuidos que aumentam o perigo: segundo a Brigada, os recorrentes incêndios nas áreas protegidas do reservatório de Itaipu e em remanescentes florestais próximos são originados predominantemente por fogueiras em áreas não autorizadas.

Dos incêndios registrados em 2022, os dois maiores e mais preocupantes ocorreram no fim de semana de 22 e 23 de janeiro. Um deles, na região de São Miguel do Iguaçu, atingiu uma área de cerca de 16 hectares, sob uma linha de transmissão que leva energia de Itaipu para os centros consumidores. O segundo incêndio, constatado no dia 23 de janeiro, atingiu uma ilha com mais de 20 hectares em frente à área pública de lazer de Marechal Cândido Rondon, na comunidade de Porto Mendes.

A ilha é uma área de conservação que abriga espécies animais e vegetais da Mata Atlântica e, assim como as demais áreas protegidas da binacional, é um território reconhecido pela Unesco como área núcleo da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica. Infelizmente, as condições locais de vento e temperatura elevada favoreceram o avanço rápido das chamas, limitando a ação dos brigadistas. Os trabalhos de combate e monitoramento continuaram ao longo da semana; estima-se que pelo menos 40% da ilha tenha sido consumido pelo fogo.

Itaipu informou que o verão sempre atrai um público ainda maior para o reservatório, seja para recreação nas áreas públicas de lazer ou para pescaria. É um aumento positivo para a economia das cidades lindeiras e para o turismo, mas, infelizmente, nem todos usufruem dos espaços de forma ordenada, segura e sustentável. Usar as áreas verdes não autorizadas da Itaipu Binacional, incluindo as áreas da Faixa de Proteção e ilhas, configura crime ambiental e os usuários podem responder civil e criminalmente. Como alternativa, existem várias áreas públicas liberadas para acesso seguro ao longo do reservatório, devidamente preparadas para o lazer.